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AMIZADE ABALADA
Retirada de aplicações estaria ligada a temores de represálias pós-11 de setembro
Investidores sauditas tiram dinheiro dos EUA
DA REDAÇÃO
Sauditas insatisfeitos com as
políticas americanas para o
Oriente Médio e com a retórica
anti-saudita de membros do governo e na mídia tiraram dos EUA
dezenas de bilhões de dólares em
investimentos e aplicações.
Analistas dizem que a retirada
dos investidores pode chegar a
US$ 200 bilhões. Alguns bancos,
porém, minimizam o impacto e
falam em até US$ 100 bilhões.
As relações entre sauditas e
americanos já vinham se deteriorando desde os dias que se seguiram aos atentados de 11 de setembro -15 dos 19 sequestradores
dos aviões usados nos ataques de
então eram sauditas.
Críticos no Ocidente afirmam
que o regime saudita, que difunde
uma corrente mais extrema do islamismo, estaria fomentando o
terror internacional e que instituições de caridade sauditas estariam financiando a rede terrorista
Al Qaeda. Isso acabou sendo interpretado dentro da Arábia Saudita como ataques à sua sociedade
e à sua religião.
Uma análise feita recentemente
pela Rand Corporation para o
Pentágono disse que o país é radical e pode se tornar um inimigo
dos EUA. Isso aumentou a percepção na elite saudita de que seus
membros poderiam estar sendo
"demonizados" pelos americanos. Sendo assim, os investimentos deles não estariam mais seguros nos EUA.
Como parte da luta contra o terrorismo, autoridades americanas
e sauditas vêm monitorando as
contas de dezenas de empresas e
investidores, o que alarmou ainda
mais os donos de aplicações.
Youssef Ibrahim, pesquisador
do Counsil of Foreign Relations
que vem reexaminando as relações EUA-Arábia Saudita, afirma
que US$ 200 bilhões foram retirados do país nos últimos meses.
Para ele, uma das causas da fuga
dos investidores foi a onda de comentários sobre a viabilidade de
congelar investimentos supostamente ligados ao financiamento
do terrorismo global.
Essa tendência de fuga pode ser
acelerada agora que existe uma
ação de indenização feita pelos
parentes das vítimas de 11 de setembro. O processo acusa várias
instituições sauditas e ao menos
três membros da família real de financiar o terror. O valor da causa
ultrapassa US$ 1 trilhão.
Os números relativos aos investimentos sauditas nos EUA são
incertos, mas analistas estimam
que eles devam variar de US$ 400
bilhões a US$ 600 bilhões.
Os investidores não estariam fechando suas contas americanas,
apenas transferindo o dinheiro
para contas na Europa.
Um banqueiro britânico se disse cético e afirmou que ainda não
é perceptível essa "migração",
mas ele confirmou que o dinheiro
saudita nos EUA estava em aplicações pouco diversificadas.
"Talvez de 30% a 50% dos investimentos em bancos americanos estejam procurando diversificação", disse o financista.
De qualquer modo, essa mudança de mãos pode ter contribuído para a recente pressão de queda do dólar.
Com agências internacionais
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