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SUCESSÃO NOS EUA / INVERSÃO DE PAPÉIS
Pressionado por pesquisas, Obama passa a atacar McCain
Depois de ver sua vantagem sumir, democrata lança anúncio
em que mostra rival como ignorante da realidade econômica
Sondagens indicam que o
tema continua a ser a maior
preocupação do eleitorado e
que a oposição é vista como
mais preparada para a crise
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
O democrata Barack Obama
está usando as mesmas armas
do republicano John McCain
para tentar recuperar a vantagem que tinha sobre ele nas
pesquisas de intenção de voto
na corrida à Casa Branca.
Assim como a campanha rival o desenhou em anúncios de
TV como uma "celebridade"
sem conteúdo, o democrata
lançou spots de rádio e TV em
que tenta estampar em McCain
as semelhanças com o presidente George W. Bush e o rótulo de distante dos anseios do
povo, especialmente sobre a
crise econômica. Os alvos são
Estados onde se espera uma
eleição disputada voto a voto.
Em vídeo chamado de "Economia", Obama exibe cena do
dia 10 de janeiro na qual
McCain diz: "Não acho que estejamos enfrentando uma recessão". Em seguida, moradores de Ohio e Indiana aparecem
se queixando da situação difícil
do país. Ao final, a frase: "Como
pode John McCain consertar a
economia quando ele não acha
que ela está quebrada?".
Depois de receber anteontem a pesquisa Zogby que mostrava McCain à frente (46% a
41%), embora dentro da margem de erro, Obama teve boa
oportunidade para atacar o adversário, que disse em entrevista não saber quantas casas possui -sua equipe depois declarou que são quatro, mas a imprensa contabilizou sete.
Obama lançou comercial no
qual compara a declaração à situação dos americanos que não
conseguem pagar suas hipotecas e que termina por mostrar a
Casa Branca: "Eis uma casa para a qual a América não pode
deixar que McCain se mude".
O candidato também disse:
"Acho que (...) se você não sabe
quantas casas tem, então não é
surpreendente que você possa
pensar que a economia está
fundamentalmente forte".
Pesquisa New York Times/
CBS realizada nesta semana
mostra que 40% dos eleitores
americanos tem "economia e
emprego" como principal preocupação, contra 15% que citam
a alta do preço da gasolina e
15%, a Guerra no Iraque.
A quantidade de eleitores
que diz que McCain tomará as
decisões corretas na economia
é de 54%, contra 65% de Obama. Por outro lado, 68% acham
que McCain é candidato mais
bem preparado no geral.
A pesquisa, que tem margem
de erro de três pontos para
mais ou para menos, ouviu 869
eleitores por telefone, e mostra
Obama liderando nas intenções de votos por 45% a 42%.
Consulta do Wall Street Journal/NBC divulgada ontem tem
o mesmo placar.
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