São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 2008

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Reitores pedem que idade para consumo de álcool nos EUA caia para 18 anos

DE NOVA YORK

Uma lei do governo Ronald Reagan (1981-89) que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas por menores de 21 anos foi posta em xeque nos EUA, onde mais de cem gestores de universidades e faculdades assinaram uma carta pedindo ao Congresso que debata a redução do limite para 18 anos.
Eles argumentam que a lei não é respeitada e acaba por incentivar "farras de bebedeira", nas quais os menores exageram quando conseguem consumir álcool em ambiente no qual não haverá punição.
Para os reitores, o relativo controle nos dormitórios das instituições não impede os jovens de se embriagarem em outros lugares onde não estão sob vigilância. "Foi desenvolvida uma cultura de bebedeira clandestina e perigosa, que se dá freqüentemente fora do campus", diz a carta assinada por líderes de instituições como a Universidade de Massachusetts e a Universidade Estadual de Ohio.
O reitor da Universidade de Maryland se engajou no debate, sob argumento de que o abuso de álcool tem efeitos mais negativos que seu consumo regular. "Praticamente todos os estupros [no campus] estão associados com o abuso de álcool. Quase todos os ataques de qualquer tipo estão associados à bebida. A questão do limite de idade não é apenas sobre beber e dirigir", disse ele ao jornal "Washington Post", citando o fato que motivou a lei, em 1984. "É uma questão muito maior, e nós, reitores, conseguimos vê-la amplamente."
"Assinei o documento porque incentivo a exploração de novas idéias e novas abordagens sobre a melhor maneira de preparar jovens adultos para tomar decisões responsáveis quanto ao álcool", disse à imprensa de Utah o diretor do Westminster College, Michael Bassis.
A reação de grupos que aprovam a lei atual foi imediata. A associação Mães Contra a Embriaguez ao Dirigir (MADD) condenou a iniciativa e lançou uma campanha em que pede: "Fale com diretores de faculdades, peça-lhes que retirem seus nomes e apóiem a idade de 21 anos".
Em seu site, a organização exibe dados do Instituto Nacional sobre Abuso de Álcool e Alcoolismo que mostram que, desde a criação da lei, caiu em 60% o número de mortes causadas por motoristas embriagados. (DB)


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