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Foco
Reitores pedem que idade para consumo de álcool nos EUA caia para 18 anos
DE NOVA YORK
Uma lei do governo Ronald
Reagan (1981-89) que proíbe
o consumo de bebidas alcoólicas por menores de 21 anos
foi posta em xeque nos EUA,
onde mais de cem gestores de
universidades e faculdades
assinaram uma carta pedindo
ao Congresso que debata a redução do limite para 18 anos.
Eles argumentam que a lei
não é respeitada e acaba por
incentivar "farras de bebedeira", nas quais os menores exageram quando conseguem
consumir álcool em ambiente
no qual não haverá punição.
Para os reitores, o relativo
controle nos dormitórios das
instituições não impede os jovens de se embriagarem em
outros lugares onde não estão
sob vigilância. "Foi desenvolvida uma cultura de bebedeira clandestina e perigosa, que
se dá freqüentemente fora do
campus", diz a carta assinada
por líderes de instituições como a Universidade de Massachusetts e a Universidade Estadual de Ohio.
O reitor da Universidade de
Maryland se engajou no debate, sob argumento de que o
abuso de álcool tem efeitos
mais negativos que seu consumo regular. "Praticamente
todos os estupros [no campus] estão associados com o
abuso de álcool. Quase todos
os ataques de qualquer tipo
estão associados à bebida. A
questão do limite de idade
não é apenas sobre beber e dirigir", disse ele ao jornal
"Washington Post", citando o
fato que motivou a lei, em
1984. "É uma questão muito
maior, e nós, reitores, conseguimos vê-la amplamente."
"Assinei o documento porque incentivo a exploração de
novas idéias e novas abordagens sobre a melhor maneira
de preparar jovens adultos
para tomar decisões responsáveis quanto ao álcool", disse
à imprensa de Utah o diretor
do Westminster College, Michael Bassis.
A reação de grupos que
aprovam a lei atual foi imediata. A associação Mães
Contra a Embriaguez ao Dirigir (MADD) condenou a iniciativa e lançou uma campanha em que pede: "Fale com
diretores de faculdades, peça-lhes que retirem seus nomes
e apóiem a idade de 21 anos".
Em seu site, a organização
exibe dados do Instituto Nacional sobre Abuso de Álcool
e Alcoolismo que mostram
que, desde a criação da lei,
caiu em 60% o número de
mortes causadas por motoristas embriagados.
(DB)
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