São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 2011

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Na TV, ditador sírio descarta renúncia

Pressionado internacionalmente para deixar o poder, Bashar Assad afirma que os pedidos ocidentais "não têm valor"

Ditador diz que seu regime não corre risco e que países que tentarem interferir vão sofrer 'consequências'

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O ditador sírio Bashar Assad rejeitou as pressões internacionais para que deixe o poder e disse que os pedidos ocidentais "não têm valor", em entrevista ontem à TV estatal do país.
Na última quinta-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, exigiu a renúncia de Assad. O americano foi acompanhado por um comunicado conjunto de França, Alemanha e Reino Unido.
A ex-aliada Turquia também declarou, na tarde de sábado, que a situação na Síria é insustentável.
Na entrevista, Assad alertou contra intervenções militares estrangeiras, afirmando que haverá "consequências" para qualquer país que interferir nos assuntos internos da Síria.
Ele disse ainda que suas forças de segurança estão obtendo ganhos e que seu regime não corre riscos.
O ditador repetiu os planos de introduzir reformas no país e afirmou que são necessários pelo menos seis meses para colocá-las em prática.
Dentre as reformas, ele citou uma eleição parlamentar em fevereiro de 2012, que permitirá a participação de outros partidos, e não apenas o Baath, do qual faz parte.
Assad disse que a situação na Síria pode parecer perigosa, mas que eles são capazes de lidar com isso. Assad voltou a dizer que as revoltas pró-democracia são conduzidas por uma conspiração internacional.
Essa foi a quarta aparição pública do ditador sírio desde o início dos protestos, há mais de quatro meses.
As ofensivas contra os opositores continuaram ao longo do fim de semana. No sábado, um bairro residencial da terceira maior cidade do país, Homs, foi alvejado por metralhadoras das forças sírias.
Ativistas de direitos humanos acusam as tropas leais ao ditador de terem matado mais de 2.000 pessoas desde o início dos protestos.
Uma missão humanitária das Nações Unidas chegou a Damasco no sábado e permanecerá no país por pelo menos cinco dias, para ajudar no restabelecimento de serviços públicos, como eletricidade e distribuição de água.
A Síria tem expulsado veículos independentes de imprensa desde o início dos conflitos e impedido o ingresso de jornalistas, o que dificulta a verificação dos acontecimentos na região.


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