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Livro citado por Chávez explode em vendas
Venezuelano, que citou Chomsky em discurso contra Bush, promete mais combustível barato a americanos
DA REDAÇÃO
As vendas do livro "O Império Americano: Hegemonia ou
Sobrevivência", de Noam
Chomsky, explodiram após a
obra ser exibida anteontem pelo presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, em discurso na
61ª Assembléia Geral da ONU.
Para Chávez, quem quer entender "o que tem ocorrido no
mundo no século 20" precisa
ler o livro, publicado em 2003 e
lançado no Brasil em 2004.
Assim como o venezuelano,
Chomsky, um dos principais
ativistas de esquerda americanos e professor de lingüística
do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), é crítico
do governo George W. Bush.
Em um dia, o livro chegou
aos dez mais vendidos nos sites
da Amazon, onde tinha a posição 20.664, e da livraria Barnes
& Noble, saindo do 748º lugar.
Chomsky publicou dezenas de
obras -a última é "Failed States" (Estados fracassados).
O discurso em que Chávez citou Chomsky foi o mesmo no
qual chamou Bush de diabo e
afirmou que a tribuna da ONU
ainda cheirava a enxofre, após a
passagem do presidente americano por ela no dia anterior.
O lingüista disse ontem ao
britânico "Independent" que
não havia tido a chance de ler o
discurso de Chávez e pareceu
surpreso com o aumento das
vendas de seu livro. "A busca
dos EUA por dominação, que
não é camuflada, vem de há
muito tempo, não tem nada de
novo e é comum na literatura."
Ontem, em Nova York, Chávez voltou a atacar Bush, o chamando de "alcoólatra" -o americano já admitiu que teve problemas com o álcool. Em igreja
do Harlem, prometeu elevar o
volume de combustível para calefação que seu país vende mais
barato a americanos carentes.
Segundo Chávez, a filial da estatal petrolífera venezuelana
nos EUA, a Citgo, fará a distribuição chegar a 18 Estados.
O ministro da Informação,
William Lara, acusou a polícia
de Nova York de cortar a luz para evitar a transmissão do evento por satélite, agredir membro
da comitiva venezuelana e tentar impedir que Chávez desse
entrevista fora da igreja, em represália ao discurso da véspera.
As ofensas a Bush não repercutiram bem com democrata
que apóia a venda de combustível de calefação. "Qualquer ataque humilhante contra ele é
visto por republicanos e democratas, e pelos americanos, como um ataque contra nós", disse o deputado Charles Rangel.
Com agências internacionais
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