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Impasse na ONU impulsiona EUA e França contra Irã
Países firmam acordo para pressionar Teerã; Paris já busca apoio a punições fora do Conselho de Segurança da ONU
Chanceler francês, sob críticas, diz que não usará mais a palavra "guerra" quando tratar da crise sobre programa nuclear iraniano
DA REDAÇÃO
Enquanto o Conselho de Segurança da ONU debate a aplicação de uma nova resolução
contra o Irã por seu controverso programa nuclear, Estados
Unidos e França anunciaram
ontem um acordo para pressionar por mais sanções contra o
país -mesmo sem a chancela
das Nações Unidas. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou ontem
que Washington e Paris formaram uma frente conjunta na
disputa com Teerã devido ao
enriquecimento de urânio.
Os dois países chegaram ao
acordo pouco antes da reunião
entre os membros permanentes do Conselho de Segurança
da ONU -EUA, França, Reino
Unido, China e Rússia- e a Alemanha, ontem em Washington,
para discutir a questão.
"Não há, essencialmente, diferenças na forma em que encaramos a situação no Irã e o
que a comunidade internacional deve fazer", disse Rice. Em
entrevista coletiva, a secretária
de Estado e o chanceler francês, Bernard Kouchner, reafirmaram sua defesa da extensão
das punições contra Teerã por
sua recusa em interromper o
enriquecimento de urânio, que
suspeitam visar a construção
de armas nucleares.
Desde dezembro de 2006, o
Conselho de Segurança da
ONU já aprovou dois pacotes
de sanções exigindo que o Irã
suspenda seu programa nuclear. O governo iraniano ignorou a pressão e afirma que pretende enriquecer urânio para
usar como combustível de usinas de energia. China e Rússia
são contra novas sanções.
A linha dura adotada pela
França contra os iranianos desde a posse do presidente do
país, Nicolas Sarkozy, em maio
último, aproximou Paris da Casa Branca. O governo francês
vem buscando abertamente o
apoio da União Européia para a
adoção de sanções sem uma resolução da ONU. A Itália já se
declarou favorável.
O chanceler francês chegou a
afirmar no último domingo que
considerava intolerável a possibilidade de o Irã obter a bomba
atômica. "Temos que nos preparar para o pior, e o pior é a
guerra", disse.
Depois das fortes reações,
Kouchner moderou a retórica.
Segundo o jornal francês "Le
Monde" de ontem, o chanceler
passou o primeiro dia de sua visita a Washington a se justificar
por ter usado a palavra "guerra". "Não pronunciarei mais "a
palavra que choca'", afirmou.
Com agências internacionais
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