São Paulo, sábado, 22 de setembro de 2007

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Impasse na ONU impulsiona EUA e França contra Irã

Países firmam acordo para pressionar Teerã; Paris já busca apoio a punições fora do Conselho de Segurança da ONU

Chanceler francês, sob críticas, diz que não usará mais a palavra "guerra" quando tratar da crise sobre programa nuclear iraniano

DA REDAÇÃO

Enquanto o Conselho de Segurança da ONU debate a aplicação de uma nova resolução contra o Irã por seu controverso programa nuclear, Estados Unidos e França anunciaram ontem um acordo para pressionar por mais sanções contra o país -mesmo sem a chancela das Nações Unidas. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou ontem que Washington e Paris formaram uma frente conjunta na disputa com Teerã devido ao enriquecimento de urânio.
Os dois países chegaram ao acordo pouco antes da reunião entre os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -EUA, França, Reino Unido, China e Rússia- e a Alemanha, ontem em Washington, para discutir a questão.
"Não há, essencialmente, diferenças na forma em que encaramos a situação no Irã e o que a comunidade internacional deve fazer", disse Rice. Em entrevista coletiva, a secretária de Estado e o chanceler francês, Bernard Kouchner, reafirmaram sua defesa da extensão das punições contra Teerã por sua recusa em interromper o enriquecimento de urânio, que suspeitam visar a construção de armas nucleares.
Desde dezembro de 2006, o Conselho de Segurança da ONU já aprovou dois pacotes de sanções exigindo que o Irã suspenda seu programa nuclear. O governo iraniano ignorou a pressão e afirma que pretende enriquecer urânio para usar como combustível de usinas de energia. China e Rússia são contra novas sanções.
A linha dura adotada pela França contra os iranianos desde a posse do presidente do país, Nicolas Sarkozy, em maio último, aproximou Paris da Casa Branca. O governo francês vem buscando abertamente o apoio da União Européia para a adoção de sanções sem uma resolução da ONU. A Itália já se declarou favorável.
O chanceler francês chegou a afirmar no último domingo que considerava intolerável a possibilidade de o Irã obter a bomba atômica. "Temos que nos preparar para o pior, e o pior é a guerra", disse.
Depois das fortes reações, Kouchner moderou a retórica. Segundo o jornal francês "Le Monde" de ontem, o chanceler passou o primeiro dia de sua visita a Washington a se justificar por ter usado a palavra "guerra". "Não pronunciarei mais "a palavra que choca'", afirmou.


Com agências internacionais


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