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Ataque a Marriott poderia ter sido mais letal
Segundo vídeo, terrorista não conseguiu estacionar no pátio de hotel; Paquistão responsabiliza Al Qaeda
DA REDAÇÃO
O atentado de anteontem
contra o hotel Marriott, em Islamabad, poderia ter provocado um número bem maior de
vítimas, segundo vídeo ontem
divulgado, porque o caminhão-bomba com 600 quilos de explosivos não conseguiu vencer
a segunda barreira de acesso ao
pátio de estacionamento.
Há por enquanto oficialmente 53 mortos, mas outros corpos continuam a ser procurados nos escombros.
Entre os mortos está o embaixador da República Tcheca
no Paquistão. Outros corpos de
estrangeiros já identificados
são de um vietnamita e de dois
americanos. Um diplomata dinamarquês continua desaparecido. Há apenas 11 estrangeiros
em meio a 266 feridos.
O mortos são em maioria paquistaneses, por mais que o
Marriott, de uma rede americana de hotéis, tivesse estrangeiros na maior parte de seus 260
apartamentos. O fato se justifica porque às 20h locais, quando
houve a explosão, os restaurantes estavam repletos de paquistaneses abastados que faziam o
desjejum, após o anoitecer, no
mês sagrado do Ramadã.
Duas explosões
O vídeo gravado por uma cabine de segurança do hotel
mostra a chegada do caminhão
com dois eixos na parte traseira, que trombou contra uma
primeira barreira. O terrorista
pediu para que os guardas levantassem a outra cancela.
Os guardas tentaram forçá-lo
a dar marcha a ré para dar passagem ao automóvel de um médico, chamado pela gerência
para atender a um hóspede.
Enquanto isso, cães farejadores
identificaram o carregamento
suspeito. Foi quando o terrorista se explodiu com uma granada destampada na cabina.
Um dos guardas tentou apagar com um extintor o incêndio
assim provocado. Seguiu-se a
segunda explosão com o verdadeiro atentado.
O ministro do Interior, Rehman Malik, disse que os explosivos do tipo RDX e TNT estavam misturados a pó de alumínio, de modo a potencializar o
grande incêndio que se seguiu.
"Foi um atentado que, por
sua sofisticação, traz a assinatura da Al Qaeda ou assimilados", afirmou. As investigações,
segundo Malik, levam a grupos
radicais instalados nas zonas da
fronteira com o Afeganistão.
O Paquistão tem duramente
atacado as bases de grupos islâmicos localizadas naquela região. Essas operações militares,
além de tentarem neutralizar
um inimigo interno, também
procuram dar uma resposta indireta aos Estados Unidos, que
consideram ineficaz o combate
paquistanês aos extremistas e
ainda suspeitam que os serviços de inteligência do país estejam infiltrados pela Al Qaeda.
Até agora nenhum grupo reivindicou a carnificina.
O presidente paquistanês,
Asif Ali Zardari, antes de seguir
para Nova York, onde participa
da Assembléia Geral da ONU,
afirmou que o terrorismo "é
um câncer a ser erradicado".
Com agências internacionais
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