São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ataque a Marriott poderia ter sido mais letal

Segundo vídeo, terrorista não conseguiu estacionar no pátio de hotel; Paquistão responsabiliza Al Qaeda

DA REDAÇÃO

O atentado de anteontem contra o hotel Marriott, em Islamabad, poderia ter provocado um número bem maior de vítimas, segundo vídeo ontem divulgado, porque o caminhão-bomba com 600 quilos de explosivos não conseguiu vencer a segunda barreira de acesso ao pátio de estacionamento.
Há por enquanto oficialmente 53 mortos, mas outros corpos continuam a ser procurados nos escombros.
Entre os mortos está o embaixador da República Tcheca no Paquistão. Outros corpos de estrangeiros já identificados são de um vietnamita e de dois americanos. Um diplomata dinamarquês continua desaparecido. Há apenas 11 estrangeiros em meio a 266 feridos.
O mortos são em maioria paquistaneses, por mais que o Marriott, de uma rede americana de hotéis, tivesse estrangeiros na maior parte de seus 260 apartamentos. O fato se justifica porque às 20h locais, quando houve a explosão, os restaurantes estavam repletos de paquistaneses abastados que faziam o desjejum, após o anoitecer, no mês sagrado do Ramadã.

Duas explosões
O vídeo gravado por uma cabine de segurança do hotel mostra a chegada do caminhão com dois eixos na parte traseira, que trombou contra uma primeira barreira. O terrorista pediu para que os guardas levantassem a outra cancela.
Os guardas tentaram forçá-lo a dar marcha a ré para dar passagem ao automóvel de um médico, chamado pela gerência para atender a um hóspede. Enquanto isso, cães farejadores identificaram o carregamento suspeito. Foi quando o terrorista se explodiu com uma granada destampada na cabina.
Um dos guardas tentou apagar com um extintor o incêndio assim provocado. Seguiu-se a segunda explosão com o verdadeiro atentado.
O ministro do Interior, Rehman Malik, disse que os explosivos do tipo RDX e TNT estavam misturados a pó de alumínio, de modo a potencializar o grande incêndio que se seguiu.
"Foi um atentado que, por sua sofisticação, traz a assinatura da Al Qaeda ou assimilados", afirmou. As investigações, segundo Malik, levam a grupos radicais instalados nas zonas da fronteira com o Afeganistão.
O Paquistão tem duramente atacado as bases de grupos islâmicos localizadas naquela região. Essas operações militares, além de tentarem neutralizar um inimigo interno, também procuram dar uma resposta indireta aos Estados Unidos, que consideram ineficaz o combate paquistanês aos extremistas e ainda suspeitam que os serviços de inteligência do país estejam infiltrados pela Al Qaeda.
Até agora nenhum grupo reivindicou a carnificina.
O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, antes de seguir para Nova York, onde participa da Assembléia Geral da ONU, afirmou que o terrorismo "é um câncer a ser erradicado".


Com agências internacionais


Texto Anterior: África do Sul: Mbeki oficializa renúncia, e partido oficial pode rachar
Próximo Texto: Frases
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.