São Paulo, terça-feira, 22 de setembro de 2009

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Moscou e Washington discutem arsenal nuclear

DA REDAÇÃO

Autoridades da Rússia e EUA se reuniram ontem, em Genebra, para discutir a redução dos arsenais nucleares dos dois países, com o objetivo de conseguir um acordo para substituir o Tratado sobre Redução de Armas Estratégicas (Start 1), de 1991, antes de ele expirar, em 5 de dezembro.
A delegação da Rússia que trata do assunto com uma equipe de diplomatas americanos é liderada pelo próprio presidente Dmitri Medvedev.
O país tem cerca de 2.800 ogivas nucleares, e os EUA, em torno de 2.100. Ontem, Medvedev disse que são "bem altas" as chances de firmar um acordo, até o fim do ano, que preveja a redução de cada arsenal para 1.500 unidades.
Segundo reportagem do jornal britânico "The Guardian", o presidente americano, Barack Obama, está disposto a cortar significativamente seu arsenal nuclear e pediu ao Pentágono para conduzir uma "revisão radical" sobre as diretrizes de armas nucleares. Na quinta-feira, o presidente americano comandará reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre desarmamento nuclear.
A reunião entre americanos e russos acontece em um contexto de melhora da relação entre os dois países. Na semana passada, Obama anunciou que não iria continuar o projeto de seu antecessor George W. Bush que previa a construção de um escudo antimísseis baseado na Polônia e na República Tcheca.
A mudança abriu espaço para que o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, propusesse um sistema interligado de defesa entre a aliança militar ocidental e a Rússia. Ontem, a Chancelaria russa disse que um acordo entre o país e a Otan dependeria do enfoque que os EUA darão a seu sistema antimísseis na Europa.
Dois dias depois do anúncio de que os EUA abandonariam o escudo antimísseis de Bush, o vice-ministro da Defesa Vladimir Popovkin afirmou que a Rússia não iria mais posicionar mísseis no encrave de Kalingrado, situado entre a Polônia e a Lituânia. Ontem, porém, o chefe das Forças Armadas russas, Nikolai Makarov, disse que a decisão ainda não foi tomada e que ela cabe ao presidente.
Para Roland Timerbayev, ex-negociador da Chancelaria russa, a divergência pública entre autoridades do primeiro escalão é algo raro, mas deve se dissipar após encontro de Medvedev com Obama, amanhã. Segundo ele, há poucos motivos para os militares russos se oporem ao novo plano americano.

Com agências internacionais



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