|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Moscou e Washington discutem arsenal nuclear
DA REDAÇÃO
Autoridades da Rússia e EUA
se reuniram ontem, em Genebra, para discutir a redução dos
arsenais nucleares dos dois países, com o objetivo de conseguir um acordo para substituir
o Tratado sobre Redução de Armas Estratégicas (Start 1), de
1991, antes de ele expirar, em 5
de dezembro.
A delegação da Rússia que
trata do assunto com uma equipe de diplomatas americanos é
liderada pelo próprio presidente Dmitri Medvedev.
O país tem cerca de 2.800
ogivas nucleares, e os EUA, em
torno de 2.100. Ontem, Medvedev disse que são "bem altas" as
chances de firmar um acordo,
até o fim do ano, que preveja a
redução de cada arsenal para
1.500 unidades.
Segundo reportagem do jornal britânico "The Guardian", o
presidente americano, Barack
Obama, está disposto a cortar
significativamente seu arsenal
nuclear e pediu ao Pentágono
para conduzir uma "revisão radical" sobre as diretrizes de armas nucleares. Na quinta-feira,
o presidente americano comandará reunião do Conselho
de Segurança da ONU sobre desarmamento nuclear.
A reunião entre americanos e
russos acontece em um contexto de melhora da relação entre
os dois países. Na semana passada, Obama anunciou que não
iria continuar o projeto de seu
antecessor George W. Bush que
previa a construção de um escudo antimísseis baseado na
Polônia e na República Tcheca.
A mudança abriu espaço para
que o secretário-geral da Otan,
Anders Fogh Rasmussen, propusesse um sistema interligado
de defesa entre a aliança militar
ocidental e a Rússia. Ontem, a
Chancelaria russa disse que um
acordo entre o país e a Otan dependeria do enfoque que os
EUA darão a seu sistema antimísseis na Europa.
Dois dias depois do anúncio
de que os EUA abandonariam o
escudo antimísseis de Bush, o
vice-ministro da Defesa Vladimir Popovkin afirmou que a
Rússia não iria mais posicionar
mísseis no encrave de Kalingrado, situado entre a Polônia e
a Lituânia. Ontem, porém, o
chefe das Forças Armadas russas, Nikolai Makarov, disse que
a decisão ainda não foi tomada
e que ela cabe ao presidente.
Para Roland Timerbayev, ex-negociador da Chancelaria russa, a divergência pública entre
autoridades do primeiro escalão é algo raro, mas deve se dissipar após encontro de Medvedev com Obama, amanhã. Segundo ele, há poucos motivos
para os militares russos se oporem ao novo plano americano.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Imigração: ONG condena acordo entre Itália e Líbia Índice
|