São Paulo, terça-feira, 22 de setembro de 2009

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IMIGRAÇÃO

ONG condena acordo entre Itália e Líbia

DE GENEBRA

A Human Rights Watch divulgou ontem relatório no qual avalia as consequências do acordo migratório entre a Itália e a Líbia, fechado em maio, e exorta Roma e a União Europeia a suspenderem a "política de expulsão" em vigor na Itália. O grupo pró-direitos humanos insta Trípoli a criar uma legislação de asilo.
O trabalho compila entrevistas de 91 imigrantes que passaram por centros de detenção líbios e é o mais completo sobre o acordo que freou a entrada de africanos no país europeu graças à deportação sumária daqueles pegos no Mediterrâneo por patrulhas líbias. "A verdade é que a Itália está mandando pessoas rumo ao abuso", diz o texto.
Os relatos citam humilhações, espancamentos, extorsões e prisões lotadas e sem higiene, além da exploração por quadrilhas de tráfico humano.
Como a Líbia veta o acesso às prisões, as entrevistas foram feitas com quem voltou à Itália.
Para Roma, a questão é de segurança. Em 2008, mais de 31 mil africanos entraram na Itália por mar; com o tratado, a cifra caiu 92%. Já para entidades de direitos humanos, a política falha por ignorar os problemas dos imigrantes e apenas evitar sua entrada na Europa.


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