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A QUEDA
Ditador pede "perdão" por ter caído e faz seu próprio diagnóstico; porta-voz americano diz não desejar rápida recuperação
Ao vivo na TV, Fidel cai e quebra o joelho
DA REDAÇÃO
Aos 78 anos, o ditador cubano,
Fidel Castro, caiu. Mas apenas por
alguns segundos e, aparentemente, sem o envolvimento da CIA, o
serviço secreto americano.
Diante de várias câmeras fotográficas e de TV e após descer de
uma improvisada escada de um
palanque onde havia discursado,
o ditador não percebeu um pequeno degrau e caiu estrondosamente de bruços diante de um
público estupefato.
Suando muito e com expressões
de dor, o próprio Fidel fez seu
diagnóstico logo após o já histórico tombo: "Eu lhes peço perdão
por ter caído. Tenho uma fratura
no joelho e talvez uma no braço,
mas estou inteiro", disse Fidel.
Nos últimos anos, a saúde do
septuagenário ditador tem alimentado especulações sobre
quanto tempo ainda viverá.
Vestindo o tradicional uniforme verde-oliva, Fidel, há 45 anos
no poder, disse que não deixará o
comando por causa do acidente.
"Como podem ver, posso falar
e, ainda que me engessem, posso
continuar o meu trabalho", afirmou Fidel, sentado numa cadeira.
O acidente ocorreu anteontem à
noite na praça Ernesto Che Guevara em Santa Clara, 280 km a leste de Havana. O líder cubano havia acabado de concluir um discurso de cerca de uma hora para
uma turma de recém-formados
de uma escola de artes.
O tropeço de Fidel foi transmitido ao vivo pela TV estatal cubana,
o que gerou uma tensa expectativa em todo o país para entender o
que havia ocorrido.
Uma sucessão de imagens em
que foram mostrados rostos tensos e gestos de incredulidade,
agentes de segurança correndo de
um lado para outro e ministros
apavorados se prolongou por
mais de cinco minutos.
Segundo o jornal oficial "Granma", o fato de Fidel ter colocado
seu braço direito sobre o rosto impediu "o que teria sido um forte
impacto no rosto e no crânio".
Uma nota oficial repetiu o autodiagnóstico de Fidel feito logo
após o tombo: o ditador fraturou
o joelho esquerdo e teve uma fissura no braço direito, mas "seu
estado geral de saúde é bom, e seu
estado de ânimo, excelente".
EUA não lamentam queda
O porta-voz do Departamento
de Estado, Richard Boucher, disse
que as feridas de Fidel são "pouco
preocupantes" em comparação
com o sofrimento do povo cubano e se negou a desejar melhoras.
Questionado se os EUA desejavam uma rápida recuperação de
Fidel, Boucher disse: "Não".
"Vocês terão de perguntar aos
cubanos o que está quebrado em
Castro. Nós, obviamente, temos
dito nosso ponto de vista sobre o
que está quebrado em Cuba."
Reação oposta teve o presidente
venezuelano, Hugo Chávez, que
telefonou ao amigo logo que soube do tropeção -Fidel ainda estava dentro de uma ambulância.
"Fidel me disse na madrugada:
"Chávez, acho que teria sido um
bom pára-quedista, porque caí de
lado e dei meia-volta", disse o líder venezuelano.
Com agências internacionais
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