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Bush quer mudança de tática no Iraque
Às vésperas de eleição nos EUA e com aumento de americanos mortos na guerra, presidente, sob pressão, consulta generais
Em outubro, 78 soldados americanos morreram no Iraque; frágil politicamente, premiê iraquiano Maliki não consegue controlar milícias
John Gress/Reuters
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Manifestantes protestam em Chicago contra guerra no Iraque |
DA REDAÇÃO
A menos de três semanas da
eleição parlamentar americana
e finalmente assumindo que o
Iraque vive um estado próximo
a uma guerra civil, o presidente
americano George W. Bush
consultou os principais generais dos EUA, por teleconferência, para ver se há necessidade
de "uma mudança de tática".
Após a reunião, Bush disse que
fará "qualquer alteração necessária" para conter a violência.
Na prática, o presidente quer
mudanças e resultados já. "As
últimas semanas têm sido duras para nossas tropas e para o
povo iraquiano", disse em seu
programa semanal de rádio.
O governo planeja estabelecer medidas específicas para
que o Iraque combata as disputas sectárias e assuma um papel
maior na manutenção da segurança. Segundo uma autoridade ouvida pelo jornal "New
York Times", os EUA "tentarão
indicar caminhos para os iraquianos", porque "não podem
ficar lá para sempre". Entre os
planos, está um cronograma
com metas específicas, como
desarmar as milícias.
Com o anúncio do Exército
de mais três mortes, já são 78 os
soldados americanos mortos
em outubro, o maior índice
mensal dos últimos dois anos.
O descontentamento do eleitor
americano com o caos no Iraque é uma das grandes ameaças
ao governo Bush.
O porta-voz militar dos EUA
em Bagdá, general William
Caldwell, diz que a tática contra
a violência implementada há
dois meses fracassou. "A violência é de fato desanimadora."
Ontem, num comentário incomum entre as autoridades, o
diplomata Alberto Fernandez,
do Departamento de Estado,
disse à TV Al Jazira, que os
EUA haviam mostrado "arrogância" e "estupidez" no país.
Violência xiita
Militantes armados fiéis ao
clérigo radical xiita Muqtada al
Sadr enfrentaram ontem novamente a polícia iraquiana, um
dia após centenas atacarem
postos policiais. Um atentado
em Mahmoudiya, perto de Bagdá, matou 20 pessoas.
A violência numa região xiita
rica em petróleo põe à prova a
habilidade do governo iraquiano, liderado por xiitas, de controlar a ação dos grupos acusados de fomentar a violência.
Sob pressão americana, o premiê Nuri al Maliki tem prometido combater as milícias. Mas
depende politicamente de partidos que têm laços com elas.
Um grupo de estudo formado
por republicanos e democratas
e liderado pelo ex-secretário de
Estado James Baker deve recomendar novas estratégias no
mês que vem -entre elas estariam a divisão do Iraque e o
anúncio da retirada escalonada
das tropas americanas.
Com agências internacionais
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