|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
O IMPÉRIO VOTA
Eleição tem embate entre imprensa e candidatos
Veículos apontam intimidação de repórteres e resistência a dar entrevistas
No Alasca, repórter de um site foi algemado por seguranças de um candidato após fazer pergunta "indesejada"
DE NOVA YORK
As semanas que antecedem as eleições legislativas
viraram palco de um conflito
que vai além do racha entre
republicanos e democratas:
candidatos vs. repórteres.
A mídia americana vem se
queixando do que avalia como uma escalada na estratégia de alguns políticos de se
esquivar de perguntas que
incomodem: alguns silenciam, outros desaparecem.
Nos casos mais extremos,
apelam à intimidação.
No último domingo, os seguranças de Joe Miller, candidato ao Senado pelo Alasca, algemaram um repórter
que abordou o republicano
após evento em uma escola.
O jornalista Tony Hopfinger, fundador do site "Alaska
Dispatch", seguia o candidato com uma câmera enquanto o questionava sobre acusações de que usou computadores do governo para atividades partidárias em 2008.
O caso motivou a rede CNN
a exibir uma reportagem em
que menciona candidatos
que vêm se negando a dar entrevistas e discutiu a "nova
estratégia" dos políticos de
"controlar a mensagem".
Há outros exemplos. Em
Nevada, a candidata republicana ao Senado, Sharron Angle, que privilegia entrevistas
à mídia conservadora, costuma perder o rebolado ao ser
abordada por repórteres com
questões das quais discorda.
Suas frases incluem "De
onde você tira essas perguntas?" e "Quero que [os jornalistas] façam as perguntas
que quero responder".
Seu oponente, o democrata Harry Reid, é conhecido
por controlar os eventos públicos e as coletivas de imprensa de que participa.
DECAPITAÇÕES?
No vizinho Arizona, a governadora republicana Jan
Brewer foi acusada de mentir
num debate ao afirmar que
havia decapitações no deserto, tentando convencer eleitores de que a imigração ilegal piora a violência.
Na saída, Brewer, candidata à reeleição, silenciou ao
ser questionada.
Para o site "Politico", os
candidatos "estão se esquivando de eventos públicos,
se recusando a divulgar
aqueles que organizam e faltando a debates e entrevistas
televisionadas -com medo
do momento 'te peguei'".
Em reportagem há duas
semanas, a versão impressa
do site afirma que o fenômeno vem espantando observadores políticos e questiona se
o "ano do candidato desaparecido marca uma nova era,
em que os concorrentes locais serão tão protegidos
quanto aspirantes presidenciais".
0(CRISTINA FIBE)
FOLHA.com
Veja vídeos de brigas
folha.com.br/mu818261
Texto Anterior: Aprovação a Obama cai ao nível mais baixo Próximo Texto: Democratas levarão "surra" em legislativas, dizem estudos Índice | Comunicar Erros
|