São Paulo, sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

O IMPÉRIO VOTA

Eleição tem embate entre imprensa e candidatos

Veículos apontam intimidação de repórteres e resistência a dar entrevistas

No Alasca, repórter de um site foi algemado por seguranças de um candidato após fazer pergunta "indesejada"

DE NOVA YORK

As semanas que antecedem as eleições legislativas viraram palco de um conflito que vai além do racha entre republicanos e democratas: candidatos vs. repórteres.
A mídia americana vem se queixando do que avalia como uma escalada na estratégia de alguns políticos de se esquivar de perguntas que incomodem: alguns silenciam, outros desaparecem. Nos casos mais extremos, apelam à intimidação.
No último domingo, os seguranças de Joe Miller, candidato ao Senado pelo Alasca, algemaram um repórter que abordou o republicano após evento em uma escola.
O jornalista Tony Hopfinger, fundador do site "Alaska Dispatch", seguia o candidato com uma câmera enquanto o questionava sobre acusações de que usou computadores do governo para atividades partidárias em 2008.
O caso motivou a rede CNN a exibir uma reportagem em que menciona candidatos que vêm se negando a dar entrevistas e discutiu a "nova estratégia" dos políticos de "controlar a mensagem".
Há outros exemplos. Em Nevada, a candidata republicana ao Senado, Sharron Angle, que privilegia entrevistas à mídia conservadora, costuma perder o rebolado ao ser abordada por repórteres com questões das quais discorda.
Suas frases incluem "De onde você tira essas perguntas?" e "Quero que [os jornalistas] façam as perguntas que quero responder".
Seu oponente, o democrata Harry Reid, é conhecido por controlar os eventos públicos e as coletivas de imprensa de que participa.

DECAPITAÇÕES?
No vizinho Arizona, a governadora republicana Jan Brewer foi acusada de mentir num debate ao afirmar que havia decapitações no deserto, tentando convencer eleitores de que a imigração ilegal piora a violência. Na saída, Brewer, candidata à reeleição, silenciou ao ser questionada.
Para o site "Politico", os candidatos "estão se esquivando de eventos públicos, se recusando a divulgar aqueles que organizam e faltando a debates e entrevistas televisionadas -com medo do momento 'te peguei'".
Em reportagem há duas semanas, a versão impressa do site afirma que o fenômeno vem espantando observadores políticos e questiona se o "ano do candidato desaparecido marca uma nova era, em que os concorrentes locais serão tão protegidos quanto aspirantes presidenciais". 0(CRISTINA FIBE)

FOLHA.com
Veja vídeos de brigas
folha.com.br/mu818261


Texto Anterior: Aprovação a Obama cai ao nível mais baixo
Próximo Texto: Democratas levarão "surra" em legislativas, dizem estudos
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.