São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2004

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EUA

Ala conservadora do partido do presidente bloqueia votação da reforma dos serviços de inteligência defendida pela Casa Branca

Republicanos impõem derrota a Bush

DA REDAÇÃO

O presidente norte-americano, George W. Bush, renovará a pressão no Congresso para conseguir aprovar uma ampla reforma na área de inteligência neste ano, anunciou ontem o porta-voz da Casa Branca. Um dia antes, a ala conservadora do Partido Republicano impôs uma derrota ao governo ao bloquear a votação do projeto de lei, alegando que diminuiria o poder do Pentágono.
"Permanecemos esperançosos de que o Congresso continuará trabalhando para finalizar o projeto", disse Bush no Chile, onde participou da reunião da Apec (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico, na sigla em inglês).
Baseado nas conclusões da comissão parlamentar que investigou os atentados do 11 de Setembro, o projeto de lei é um plano para aprimorar as agências de espionagem nas áreas onde foram identificados os pontos fracos.
McClellan disse que Bush quer que o Congresso crie uma nova direção nacional de inteligência com "total poder orçamentário" sobre os US$ 40 bilhões destinados anualmente para a área.
Mas um projeto de lei do Senado assegurando mais poderes fiscais encontrou uma forte oposição republicana na Câmara dos Representantes (deputados), que defende o controle orçamentário nas mãos do Pentágono.
O projeto de lei bloqueado anteontem obrigaria o Pentágono, que controla cerca de 80% desses US$ 40 bilhões, a ceder a maior parte dessa quantia a um diretor de inteligência nacional.
"O que se está vendo são as forças a favor do status quo protegendo seus interesses, seja no Congresso ou na burocracia", disse a senadora republicana Susan Collins, a principal autora do projeto de lei, numa dura crítica aos seus correligionários na Câmara.
A decisão de bloquear o voto foi especialmente embaraçosa para Bush, que até sexta-feira à noite pressionou os republicanos rebeldes para aprovar o projeto de lei.

Imigração
Um dos opositores ao acordo é o deputado republicano James Sensenbrenner, presidente do Comitê Judiciário. Ele defende a inclusão nas reformas de medidas legais sobre imigração, que foram retiradas durante as negociações do projeto.
Grupos de defesa dos direitos civis fizeram objeções a algumas dessas propostas, afirmando serem prejudiciais aos imigrantes.
Questionado sobre as propostas sobre imigração, McClellan disse: "Queremos assegurar que avançaremos nas reformas do serviço de inteligência. Isso é o mais importante".
A Casa Branca diz ter confiança em que um acordo sobre o projeto de lei possa ser costurado no início de dezembro.
"Conversaremos com os congressistas e tentaremos reiniciar essas discussões o mais rápido possível", disse o porta-voz.


Com agências internacionais e o "New York Times"


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