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SUCESSÃO NOS EUA / ECONOMIA
Presidente do Fed de NY chefiará Tesouro
Apartidário, Timothy Geithner, um dos artífices do pacote de resgate financeiro, representa escolha mais técnica do que política
Anúncio do nome faz ações em Wall Street dispararem; Lawrence Summers, que também era cotado para o cargo , sofria resistência
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
O atual presidente do Federal Reserve de Nova York, Timothy Geithner, será o secretário do Tesouro de Barack Obama. A informação, divulgada
primeiro pela emissora NBC na
tarde de ontem e depois reiterada por jornais americanos e
pela Associated Press, não havia sido confirmada oficialmente pelo comando do presidente eleito nem pelo escolhido até a conclusão dessa edição.
O vazamento da notícia fez as
ações da Bolsa de Nova York
dispararem mais de 300 pontos. Um dos artífices do pacote
de resgate financeiro de US$
700 bilhões, Geithner é bem-visto pelo mercado e foi um dos
primeiros a alertar o governo
para os riscos da falta de supervisão federal sobre produtos financeiros complexos, uma das
origens da crise atual.
Durante o processo de intervenção nos bancos iniciado em
setembro, muitas reuniões entre o atual secretário do Tesouro, Henry Paulson, o presidente do Federal Reserve (o Fed, o
Banco Central norte-americano), Ben Bernanke, e os banqueiros em dificuldade aconteceram no escritório de Geithner, em Manhattan.
Considerado apartidário, o
economista de 47 anos representa uma escolha mais técnica
do que política de Obama, embora a posição que ocupará no
gabinete do presidente eleito
tenha ganho importância e visibilidade nos últimos meses, por
conta da crise financeira sem
precedentes.
Obama planejava anunciar
os nomes-chave de seu gabinete na segunda-feira da outra semana, após o feriado de Ação de
Graças, que acontece na quinta-feira, dia 27. Com o recrudescimento da crise nos últimos dias, no entanto, decidiu
adiantar para depois de amanhã o anúncio apenas da equipe
econômica. Esse plano foi atrapalhado pela ação do FBI.
É que a polícia federal norte-americana foi indiscreta ao investigar a vida do futuro secretário do Tesouro, um procedimento normal para, entre outros, os candidatos ao gabinete
presidencial. A ação acabou vazando para a imprensa.
Geithner disputava a indicação com o veterano Lawrence
Summers, 54, que ocupou o
mesmo cargo por três anos no
fim do governo de Bill Clinton
(1993-2001). O nome de Summers, no entanto, enfrentava
mais resistências, principalmente por parte de entidades
de direitos das mulheres.
É que, quando reitor de Harvard, em 2005, Summers sugeriu que condições inatas faziam
os homens terem mais chance
de sucesso do que as mulheres
em certas áreas intelectuais como matemática. Antes, em
1991, como economista do Banco Mundial, havia sugerido que
lugares da África poderiam ser
usados para despejo de material tóxico.
Assessores dizem que Summers ainda pode ocupar o cargo
de conselheiro na equipe econômica de Obama.
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