São Paulo, sábado, 22 de novembro de 2008

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PS francês escolhe sua próxima presidente

DA REDAÇÃO

Numa disputa em que a única certeza é a de uma mulher vencerá, a ex-presidenciável derrotada Ségolène Royal, 55, e a ex-ministra do Trabalho, Martine Aubry, 58, concorreram ontem pela liderança do Partido Socialista (PS) francês. O segundo turno do inédito duelo de damas definiria a substituta de François Hollande, líder da legenda há onze anos.
A vencedora, cujo nome não havia sido divulgado até o fechamento desta edição, será a primeira mulher a tomar as rédeas da principal agremiação de oposição ao presidente Nicolas Sarkozy, do partido de centro-direita UMP. Ela deverá protagonizar a revanche dos socialistas na corrida presidencial de 2012, esperando reverter a tendência "perdedora" da legenda, após três derrotas consecutivas para presidente.
Ségolène Royal saiu na frente na eleição de ontem -tinha vencido o primeiro turno, anteontem, com 42% dos votos. Mas Martine Aubry (34%) conta com o apoio do terceiro colocado, o eurodeputado Benoît Hamon (23%), da ala esquerda do partido. Ele pediu que seus cerca de 31 mil eleitores votassem em Aubry. Após o encerramento da votação, às 22h locais (19h de Brasília), a rádio "France Info" dizia que, no norte (bastião de Aubry), a tendência era favorável à ex-ministra.
Por outro lado, a imprensa francesa destacou que, no primeiro turno, Ségolène conseguiu quase metade dos votos originalmente destinados ao prefeito de Paris, Bertrand Delanoë, que apóia pessoalmente Aubry e saiu da disputa interna na semana passada.
A principal tarefa da nova líder socialista será remodelar e unificar um partido enfraquecido por disputas entre a ala esquerda e a linha aberta ao centro. Enfrentará o desafio de se destacar de Sarkozy, fortalecido pela desorientação dos socialistas. No congresso nacional que realizou na semana passada, o PS fracassou em redesenhar a direção política do partido e definir um novo líder.
Aubry defende um PS "ancorado à esquerda". Ela foi a arquiteta da lei das 35 horas semanais de trabalho.
Ségolène polariza o PS: sua política "de massas" tem o apoio da militância, que vê nela uma esperança de renovação. Mas a cúpula da legenda vê nela um risco de articulação com partidos de centro.
A campanha foi marcada por ataques pessoais entre as duas candidatas e também entre Ségolène e seu ex-parceiro Hollande. Prestes a deixar o cargo, o pai dos quatro filhos de Ségolène é conhecido pelo distanciamento de sua ex-parceira. Ele não declarou apoio formal a nenhuma das duas candidatas.

Com agências internacionais



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