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SUCESSÃO NOS EUA / POLÍTICA EXTERNA
Obama quer Hillary Clinton à frente da diplomacia dos EUA
Segundo assessores, anúncio será feito em 1º dezembro e depende só de resposta da senadora, que enfrentou eleito em prévias partidárias
Mídia americana afirma que ex-primeira-dama já decidiu aceitar o cargo e que Bill Clinton vai se afastar das atividades de sua fundação
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
Barack Obama escolheu Hillary Clinton, sua rival nas prévias partidárias democratas,
como a próxima secretária de
Estado dos EUA, informaram
membros da equipe de transição do presidente eleito. Segundo assessores, se a senadora
disser "sim", o anúncio será feito já em 1º de dezembro, após o
feriado de Ação de Graças.
Ao que tudo indica, a confirmação é apenas questão de
tempo. Citando "confidentes"
de Hillary, redes de TV e jornais americanos disseram que
ela já decidiu aceitar o cargo.
Tanto a senadora quanto seu
marido, o ex-presidente Bill
Clinton, também se esforçaram
para completar o processo de
escrutínio de sua candidatura.
Para Clinton (1993-2001), isso significou grandes concessões, como a divulgação de nomes dos principais doadores de
sua fundação filantrópica -o
que ele se negava a fazer havia
anos- e o afastamento das atividades diárias do grupo para
evitar conflito de interesse.
A notícia chega após dias de
relatos contraditórios sobre as
intenções de Hillary. Uma das
dúvidas era se a ex-primeira-dama preferiria chefiar o Departamento de Estado -e ser a
cara dos EUA para o mundo-
ao invés de conquistar mais poder no Senado, onde já tentou
liderar uma força-tarefa para
desenvolver legislação sobre a
reforma do sistema de saúde e
chefiar a Comissão de Políticas
Democratas, mas sem sucesso.
"Ela ainda é uma senadora
júnior. Não tem uma comissão
e se decepcionou várias vezes
na relação com os colegas",
afirmou um de seus amigos ao
"New York Times", sob condição de anonimato. Após a eleição de Obama, porém, o líder
da maioria, Harry Reid, disse
que quer criar um cargo para
reconhecer Hillary como uma
das figuras mais populares do
partido e dar a ela mais poder.
Vazamentos
O grau de especulação sobre
as últimas nomeações -além
de Hillary e de Timothy Geithner para o Tesouro, já haviam
sido aventados como prováveis
escolhidos Tom Daschle (Saúde), Eric Holder (Justiça) e Janet Napolitano (Segurança Interna)- alimentam a discussão
sobre o vazamento de informações sobre o gabinete. No passado, foi incomum que isso
ocorresse antes de dezembro, o
que levanta dúvidas sobre a disciplina da equipe de Obama.
"Não há muito a fazer", afirmou ao "Washington Post" o
lobista Steve Elmendorf. "Escrutínio e checagem de histórico exigem muitos telefonemas,
e isso leva a vazamentos."
A disposição dos assessores
de Obama de discutir as nomeações com a imprensa também alimenta a percepção de
que os nomes sejam vazados
para testar a reação pública.
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