São Paulo, sábado, 22 de novembro de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA / POLÍTICA EXTERNA

Obama quer Hillary Clinton à frente da diplomacia dos EUA

Segundo assessores, anúncio será feito em 1º dezembro e depende só de resposta da senadora, que enfrentou eleito em prévias partidárias

Mídia americana afirma que ex-primeira-dama já decidiu aceitar o cargo e que Bill Clinton vai se afastar das atividades de sua fundação

ANDREA MURTA
DE NOVA YORK

Barack Obama escolheu Hillary Clinton, sua rival nas prévias partidárias democratas, como a próxima secretária de Estado dos EUA, informaram membros da equipe de transição do presidente eleito. Segundo assessores, se a senadora disser "sim", o anúncio será feito já em 1º de dezembro, após o feriado de Ação de Graças.
Ao que tudo indica, a confirmação é apenas questão de tempo. Citando "confidentes" de Hillary, redes de TV e jornais americanos disseram que ela já decidiu aceitar o cargo. Tanto a senadora quanto seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, também se esforçaram para completar o processo de escrutínio de sua candidatura.
Para Clinton (1993-2001), isso significou grandes concessões, como a divulgação de nomes dos principais doadores de sua fundação filantrópica -o que ele se negava a fazer havia anos- e o afastamento das atividades diárias do grupo para evitar conflito de interesse.
A notícia chega após dias de relatos contraditórios sobre as intenções de Hillary. Uma das dúvidas era se a ex-primeira-dama preferiria chefiar o Departamento de Estado -e ser a cara dos EUA para o mundo- ao invés de conquistar mais poder no Senado, onde já tentou liderar uma força-tarefa para desenvolver legislação sobre a reforma do sistema de saúde e chefiar a Comissão de Políticas Democratas, mas sem sucesso.
"Ela ainda é uma senadora júnior. Não tem uma comissão e se decepcionou várias vezes na relação com os colegas", afirmou um de seus amigos ao "New York Times", sob condição de anonimato. Após a eleição de Obama, porém, o líder da maioria, Harry Reid, disse que quer criar um cargo para reconhecer Hillary como uma das figuras mais populares do partido e dar a ela mais poder.

Vazamentos
O grau de especulação sobre as últimas nomeações -além de Hillary e de Timothy Geithner para o Tesouro, já haviam sido aventados como prováveis escolhidos Tom Daschle (Saúde), Eric Holder (Justiça) e Janet Napolitano (Segurança Interna)- alimentam a discussão sobre o vazamento de informações sobre o gabinete. No passado, foi incomum que isso ocorresse antes de dezembro, o que levanta dúvidas sobre a disciplina da equipe de Obama.
"Não há muito a fazer", afirmou ao "Washington Post" o lobista Steve Elmendorf. "Escrutínio e checagem de histórico exigem muitos telefonemas, e isso leva a vazamentos."
A disposição dos assessores de Obama de discutir as nomeações com a imprensa também alimenta a percepção de que os nomes sejam vazados para testar a reação pública.


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