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Estados duelam por postos-chave na Comissão Europeia
Pesos pesados como França e Alemanha lutam pelos comissariados mais relevantes, como finanças e indústria
Na 5ª, UE anunciou o belga Van Rompuy e a britânica Ashton para presidente e chanceler, os dois cargos centrais do organismo
DO "FINANCIAL TIMES"
A corrida para assegurar os
cargos mais importantes da
Comissão Europeia se intensificou anteontem, quando os
maiores Estados-membros do
bloco europeu tentavam obter
para si as pastas econômicas
mais relevantes.
Na quinta, haviam sido anunciados os dois postos-chave do
organismo: a presidência ficou
com o atual premiê belga, Herman Van Rompuy, e o posto de
chanceler, com a britânica Catherine Ashton, atual comissária de comércio do bloco.
Muitos dos principais membros da União Europeia, incluindo França e Alemanha, ficaram de fora da corrida para
presidente e chanceler com a
esperança de serem premiados
com postos na comissão, em
cargos que influenciarão a reformulação da economia global
após a crise financeira.
Entre as funções mais importantes estão as de regulação financeira, competição e indústria. O mandato de cinco anos
da comissão passa a valer no
início de 2010.
Em seguida às nomeações de
Van Rompuy e Ashton, o presidente francês, Nicolas Sarkozy,
manifestou o interesse de seu
país no posto de comissário para mercado interno e deverá indicar ao cargo Michel Barnier,
ex-chanceler que serviu na comissão até 2004.
A Alemanha indicou Günther Öttinger, nome relativamente sem peso, à próxima comissão. Isso levanta especulações de que a intenção real de
Berlim é a presidência do Banco Central europeu em 2011,
quando se encerra o mandato
de Jean-Claude Trichet.
Axel Weber, atual presidente
do Banco Central alemão e conhecido por seu combate à inflação, pode ficar com o posto,
que também é cobiçado pelos
italianos. Especula-se que Öttinger, então, fique com a pasta
de indústria ou a de energia.
Também circula em Bruxelas
rumor de que o espanhol Joaquín Almunia, comissário para
assuntos econômicos e monetários e visto como experiente,
possa assumir a pasta de concorrência. A atual titular da
pasta, a holandesa Neelie
Kroes, disse recentemente que
deixará o organismo para ajudar seu partido, mas foi autorizada por seu governo a pleitear
outro cargo na nova comissão.
O português José Manuel
Durão Barroso, presidente da
Comissão Europeia reeleito para mandato de cinco anos, ainda não anunciou a distribuição
de cargos. Ele será o líder do
"triunvirato" formado com Van
Rompuy e Ashton.
Mas as escolhas feitas por
Durão Barroso em 2004 surpreenderam. À época, comissários provenientes de países pequenos ficaram com a maior
parte dos postos importantes.
São esperadas ainda mudanças estruturais em algumas
pastas. Um comissariado de
"ação climática" e outro para
tratar de direitos fundamentais
já foram confirmados.
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