São Paulo, domingo, 22 de novembro de 2009

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Estados duelam por postos-chave na Comissão Europeia

Pesos pesados como França e Alemanha lutam pelos comissariados mais relevantes, como finanças e indústria

Na 5ª, UE anunciou o belga Van Rompuy e a britânica Ashton para presidente e chanceler, os dois cargos centrais do organismo

DO "FINANCIAL TIMES"

A corrida para assegurar os cargos mais importantes da Comissão Europeia se intensificou anteontem, quando os maiores Estados-membros do bloco europeu tentavam obter para si as pastas econômicas mais relevantes.
Na quinta, haviam sido anunciados os dois postos-chave do organismo: a presidência ficou com o atual premiê belga, Herman Van Rompuy, e o posto de chanceler, com a britânica Catherine Ashton, atual comissária de comércio do bloco.
Muitos dos principais membros da União Europeia, incluindo França e Alemanha, ficaram de fora da corrida para presidente e chanceler com a esperança de serem premiados com postos na comissão, em cargos que influenciarão a reformulação da economia global após a crise financeira.
Entre as funções mais importantes estão as de regulação financeira, competição e indústria. O mandato de cinco anos da comissão passa a valer no início de 2010.
Em seguida às nomeações de Van Rompuy e Ashton, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, manifestou o interesse de seu país no posto de comissário para mercado interno e deverá indicar ao cargo Michel Barnier, ex-chanceler que serviu na comissão até 2004.
A Alemanha indicou Günther Öttinger, nome relativamente sem peso, à próxima comissão. Isso levanta especulações de que a intenção real de Berlim é a presidência do Banco Central europeu em 2011, quando se encerra o mandato de Jean-Claude Trichet.
Axel Weber, atual presidente do Banco Central alemão e conhecido por seu combate à inflação, pode ficar com o posto, que também é cobiçado pelos italianos. Especula-se que Öttinger, então, fique com a pasta de indústria ou a de energia.
Também circula em Bruxelas rumor de que o espanhol Joaquín Almunia, comissário para assuntos econômicos e monetários e visto como experiente, possa assumir a pasta de concorrência. A atual titular da pasta, a holandesa Neelie Kroes, disse recentemente que deixará o organismo para ajudar seu partido, mas foi autorizada por seu governo a pleitear outro cargo na nova comissão.
O português José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia reeleito para mandato de cinco anos, ainda não anunciou a distribuição de cargos. Ele será o líder do "triunvirato" formado com Van Rompuy e Ashton.
Mas as escolhas feitas por Durão Barroso em 2004 surpreenderam. À época, comissários provenientes de países pequenos ficaram com a maior parte dos postos importantes.
São esperadas ainda mudanças estruturais em algumas pastas. Um comissariado de "ação climática" e outro para tratar de direitos fundamentais já foram confirmados.


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