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Coreia do Norte revela planta nuclear
Relato sobre a existência de novas centrífugas em operação assustou Washington, que deve levar caso à ONU
Cientista americano foi levado a conhecer local destinado a enriquecer urânio cuja existência era até então ignorada
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O principal comandante
militar dos EUA, almirante
Mike Mullen, disse ontem
que a construção de uma
planta nuclear de enriquecimento de urânio pela Coreia
do Norte, revelada por um
cientista americano, mostra
que o regime norte-coreano é
"muito perigoso".
"Mais uma vez a Coreia do
Norte segue um caminho desestabilizador para toda a região", disse Mullen à CNN.
No sábado, veio a público
o relato do especialista da
Universidade Stanford, Siegfried Hecker, de que, em visita a Yongbyon, na semana
passada, ele conheceu as novas instalações nucleares.
Na volta, ele disse ao governo americano ter visto
centrífugas de enriquecimento de urânio e uma sala
de controle ultramodernas.
Até então acreditava-se
que a Coreia do Norte, detentora da bomba atômica, possuía apenas reatores nucleares, e não centrífugas destinadas a purificar urânio.
Não está claro se a revelação das plantas visa aumentar o poder de barganha da
Coreia do Norte ou se sinaliza
a intensificação dos esforços
nucleares em meio a um delicado processo de sucessão.
As centrífugas de Yongbyon representam um desafio
para Barack Obama, que já
sofre para promover interna
e externamente um agenda
pela desnuclearização.
Hecker diz não ter podido
comprovar o argumento norte-coreano de que as instalações estão funcionando e só
visam a geração de energia
elétrica, e não a bomba.
A Casa Branca diz que as
centrífugas não existiam até
abril de 2009, data em que os
últimos inspetores nucleares
internacionais foram expulsos da Coreia do Norte.
Os EUA pretendem usar o
relato de Hecker para mostrar que Pyongyang viola resoluções da ONU.
Nos últimos dias, Obama
despachou o seu emissário
para a Coreia do Norte, Stephen Bosworth, a várias capitais asiáticas. Sua principal
missão é convencer a China a
cobrar o fim das atividades.
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