São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2010

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Coreia do Norte revela planta nuclear

Relato sobre a existência de novas centrífugas em operação assustou Washington, que deve levar caso à ONU

Cientista americano foi levado a conhecer local destinado a enriquecer urânio cuja existência era até então ignorada

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O principal comandante militar dos EUA, almirante Mike Mullen, disse ontem que a construção de uma planta nuclear de enriquecimento de urânio pela Coreia do Norte, revelada por um cientista americano, mostra que o regime norte-coreano é "muito perigoso".
"Mais uma vez a Coreia do Norte segue um caminho desestabilizador para toda a região", disse Mullen à CNN.
No sábado, veio a público o relato do especialista da Universidade Stanford, Siegfried Hecker, de que, em visita a Yongbyon, na semana passada, ele conheceu as novas instalações nucleares.
Na volta, ele disse ao governo americano ter visto centrífugas de enriquecimento de urânio e uma sala de controle ultramodernas.
Até então acreditava-se que a Coreia do Norte, detentora da bomba atômica, possuía apenas reatores nucleares, e não centrífugas destinadas a purificar urânio.
Não está claro se a revelação das plantas visa aumentar o poder de barganha da Coreia do Norte ou se sinaliza a intensificação dos esforços nucleares em meio a um delicado processo de sucessão.
As centrífugas de Yongbyon representam um desafio para Barack Obama, que já sofre para promover interna e externamente um agenda pela desnuclearização.
Hecker diz não ter podido comprovar o argumento norte-coreano de que as instalações estão funcionando e só visam a geração de energia elétrica, e não a bomba.
A Casa Branca diz que as centrífugas não existiam até abril de 2009, data em que os últimos inspetores nucleares internacionais foram expulsos da Coreia do Norte.
Os EUA pretendem usar o relato de Hecker para mostrar que Pyongyang viola resoluções da ONU.
Nos últimos dias, Obama despachou o seu emissário para a Coreia do Norte, Stephen Bosworth, a várias capitais asiáticas. Sua principal missão é convencer a China a cobrar o fim das atividades.


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