São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2010

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ANÁLISE

Descoberta põe em xeque política de aplicar sanções

CHRISTIAN OLIVE
DANIEL DOMBEY
DO "FINANCIAL TIMES"

A revelação surpreendente feita pela Coreia do Norte de que ela tem mais de mil centrífugas em uma instalação avançada de enriquecimento de urânio representa uma proeza no teatro político, algo que deixa as potências e agências de inteligência do mundo na defensiva.
O relatório de um cientista atômico que viu a instalação coloca perguntas difíceis para Washington, Seul e Tóquio, todas as quais tinham expressado confiança de que sanções pudessem sufocar as ambições norte-coreanas.
Agora essa política está sob escrutínio, assim como a abordagem mais confrontativa de George W. Bush.
Mas a notícia também impõe pressão sobre a China, que figura em alegações recentes a respeito da rede que colaborou com Pyongyang.
"Uma das questões que mais causa perplexidade é saber como a Coreia do Norte chegou até aí", escreve Siegfried Hecker em seu relatório.
Hecker cita trabalhos do Isis (Instituto de Ciência e Segurança Internacional), de Washington, sobre a China, e também seus próprios receios sobre conexões com o Irã. O Isis diz que um grupo sediado em Pyongyang chamado Empresa de Trading Nam Chongang, que compra e vende mísseis e grupos nucleares e que esteve envolvido na montagem de um reator secreto na Síria, já operou na China, com um endereço comercial em Pequim.
O relatório acrescenta que, apesar de sanções da ONU terem sido impostas ao grupo em 2009, há suspeita de que ele ainda atue na China, possivelmente sob outro nome.
A usina ainda impõe perguntas incômodas aos serviços de inteligência.
Parece que as maiores agências de espionagem do mundo não se deram conta da extensão do trabalho que estava sendo realizado bem ao lado de um reator nuclear conhecido, também em Yongbyon.


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