São Paulo, sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

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ONU se diz alarmada com seqüestros no Haiti

Em apenas três dias na semana passada, foram seqüestradas 29 crianças na capital, Porto Príncipe

DA REDAÇÃO

O chefe diplomático da Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah), Edmond Mulet, se disse alarmado e "comovido" com a onda de seqüestros, especialmente de crianças, registrados nas últimas semanas no Haiti. Segundo ele, esses atos "minam os esforços da comunidade internacional e das autoridades haitianas para estabilizar o país".
Para ele, os seqüestros podem ter motivação política. "Há alguém por trás que quer gerar temor no país."
Seqüestros são comuns no Haiti, especialmente na época do Natal, mas os números foram particularmente altos neste ano, segundo a ONU. Apenas na capital, Porto Príncipe, 29 crianças foram seqüestradas em um período de três dias, na semana passada.
Em um dos casos, um ônibus escolar com dez crianças foi seqüestrado por homens armados na capital haitiana. Depois desse incidente, as escolas decidiram antecipar as férias.
No início da semana, cerca de sessenta passageiros de dois ônibus também foram feitos reféns. Muitos seqüestros, diz ainda a ONU, não são informados às autoridades.
Segundo a porta-voz da Minustah, Sophie Boutaud-de-la-Combe, a missão tem duas unidades de intervenção especial ou anti-seqüestros trabalhando em conjunto com a Polícia Nacional Haitiana em operações de busca e detenção.
Mulet afirmou que medidas de segurança foram incrementadas e se comprometeu a apresentar resultados "no menor tempo possível".
Na semana passada, mais de dez pessoas foram detidas nessas operações em Porto Príncipe, inclusive o líder de um grupo armado, e ao menos seis reféns foram soltos.
Na cidade de Cap-Haitien (norte), onde o número de seqüestros também é alto, foram detidos 24 suspeitos e confiscadas armas e material bélico.
Sob comando militar do general brasileiro José Elito Siqueira, a Minustah tem 8.360 militares e policiais. O contingente brasileiro é de 1.200 homens. O mandato atual da força vai até fevereiro de 2007.


Com agências internacionais

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