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SUCESSÃO NOS EUA / GUERRA AO TERROR
EUA deverão quase dobrar contingente no Afeganistão
Segundo chefe militar, Washington enviará entre 20 mil e 30 mil soldados em 2009
Hoje, são pouco mais de 30 mil, 18 mil dos quais sob a Otan; segundo Obama, país será novo front de combate ao terror em seu governo
Omar Sobhani/Reuters
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Mullen, em visita a Cabul na qual anunciou aumento de tropas
DA REDAÇÃO
Os EUA deverão enviar entre
20 mil e 30 mil novos soldados
ao Afeganistão até o meio de
2009, informou anteontem o
chefe do Estado-Maior americano, almirante Mike Mullen.
Se efetivado, o envio poderá dobrar o contingente militar dos
EUA no país, hoje composto
por pouco mais de 30 mil -18
mil dos quais sob a bandeira da
Otan, aliança militar ocidental.
A medida vai ao encontro do
pedido do comandante das tropas americanas no Afeganistão,
general David McKiernan, que
já havia solicitado incremento
de ao menos 20 mil soldados
sob seu comando para combater o aumento da insurgência.
O grupo fundamentalista islâmico Taleban aumentou as
ações e domina partes do país.
Apenas em 2008, o aumento
da violência no país já causou a
morte de cerca de 2.000 civis,
além de mil policiais e militares
afegãos e 287 soldados das forças internacionais. O ano é o
pior desde a invasão americana
ao país, em 2001, quando desalojou o Taleban do poder.
O envio ainda precisa do aval
do presidente eleito dos EUA,
Barack Obama, que desde a
campanha defende o Afeganistão como prioridade no combate ao terrorismo, em detrimento do Iraque. Ele assume a Presidência no dia 20 de janeiro.
Há dez dias, o secretário da
Defesa dos EUA, Robert Gates
-que será mantido no cargo
por Obama-, em visita ao Afeganistão, já havia anunciado a
intenção de enviar 4.000 soldados ao país já a partir de janeiro,
como parte do aumento de 20
mil pedido por McKiernan.
O reforço deverá concentrar-se no sul afegão, região em que
a insurgência recrudesceu nos
últimos meses e onde ocorreu
boa parte das mortes dos soldados estrangeiros em 2008.
"Ali [no sul] é o onde tem lugar o mais duro da luta. Quando
enviarmos tropas adicionais,
acredito que o nível de violência vá aumentar. A luta será
mais dura", disse o Mullen. A
região é hoje resguardada por
soldados britânicos, canadenses e holandeses, na maioria,
todos sob comando da Otan.
Mas, segundo o almirante, de
nada adianta o envio de mais
soldados "se não somos capazes de progredir em matéria de
desenvolvimento e gestão". A
advertência foi recebida como
uma crítica velada ao governo
do presidente afegão, Hamid
Karzai, cuja capacidade de
manter o controle do país e lutar contra a corrupção no seu
governo tem sido questionada.
Aprovação
Ontem, Cabul aprovou o plano americano e pediu que as
tropas adicionais sejam dirigidas também à região leste, na
fronteira com o Paquistão. O
porta-voz do Ministério do Interior afegão, Ahmad Baheen,
pediu ainda que os novos soldados "contribuam para o treinamento e o equipamento das
forças de segurança locais".
Já a Otan aproveitou o anúncio para cobrar dos seus membros, "particularmente os europeus", medidas similares
"para garantir uma divisão adequada do que os EUA e outros
aliados estão fazendo, por razões militares e políticas".
A aliança militar ocidental
diz querer evitar uma situação
em que dois ou três dos países-membros assumam toda a responsabilidade por operações
de alto risco. "Politicamente,
isso pode gerar complicações
muito rapidamente", afirmou o
porta-voz, James Appathurai.
A Otan conta com 62 mil soldados de 40 países no Afeganistão. Depois dos EUA, o país que
mais tem tropas em território
afegão sob a bandeira da aliança é o Reino Unido, com 8.700.
Alemanha, França, Canadá e
Itália têm menos da metade.
Com agências internacionais
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