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Analista geopolítico é um dos 75 mais influentes do mundo, aponta a "Esquire"
DE WASHINGTON
O conceito de Terceiro Mundo surgiu seis anos após o início
da Guerra Fria (1945-1989) para designar países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento que não faziam parte do
bloco dos industrializados capitalistas -o Primeiro Mundo- ou daqueles na órbita da
então União Soviética -o Segundo Mundo.
Desde então, caiu em desuso
por ser considerado pejorativo
pelos países que abrigavam e
pela realidade de economias
emergentes como Brasil e Índia. Com a queda do Muro de
Berlim, também o termo Segundo Mundo perdeu sentido.
Quem agora recupera seu
uso, dando uma definição completamente diferente, é Parag
Khanna, primeiramente em
textos e palestras, e por fim, de
maneira mais elaborada, no livro "The Second World - Empires and Influence in the New
Global Order", lançado neste
ano pela Random House.
Americano de origem indiana, foi, aos 31 anos, um dos conselheiros da transição do presidente eleito, mas seu currículo
não se resume a isso.
Khanna é diretor da Iniciativa de Governança Global do
Programa de Estratégia América da New America Foundation, um centro de pensamento
apartidário de Washington, e
foi conselheiro sênior de geopolítica para as Forças Especiais de Operação dos EUA no
Iraque e no Afeganistão.
Já visitou cem países, participou do Fórum Econômico
Mundial de Davos sete vezes e,
das dez línguas em que seu livro
foi traduzido, fala quatro: alemão, espanhol, francês e hindu.
Mais "árabe básico".
Em 2008, foi eleito uma das
75 "pessoas mais influentes do
século 21" pela revista "Esquire", e a revista "Wired" o colocou na "lista dos inteligentes"
do ano. Agora, prepara o livro
"How to Run the World" (Como Comandar o Mundo). "Falará do futuro da diplomacia e
da governança global", disse à
Folha. "Estou especialmente
interessado nas maneiras como
corporações, governos e ONGs
interagem para atingir segurança e desenvolvimento."
Disse que foi convidado a
participar como conselheiro da
próxima administração -o time de transição de política externa de Obama é um dos maiores e mais diversos, com dezenas de nomes-, mas, por enquanto, disse não. "Mas continuo próximo e continuarei a
aconselhar o gabinete."
(SD)
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