São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

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Analista geopolítico é um dos 75 mais influentes do mundo, aponta a "Esquire"

DE WASHINGTON

O conceito de Terceiro Mundo surgiu seis anos após o início da Guerra Fria (1945-1989) para designar países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento que não faziam parte do bloco dos industrializados capitalistas -o Primeiro Mundo- ou daqueles na órbita da então União Soviética -o Segundo Mundo.
Desde então, caiu em desuso por ser considerado pejorativo pelos países que abrigavam e pela realidade de economias emergentes como Brasil e Índia. Com a queda do Muro de Berlim, também o termo Segundo Mundo perdeu sentido.
Quem agora recupera seu uso, dando uma definição completamente diferente, é Parag Khanna, primeiramente em textos e palestras, e por fim, de maneira mais elaborada, no livro "The Second World - Empires and Influence in the New Global Order", lançado neste ano pela Random House.
Americano de origem indiana, foi, aos 31 anos, um dos conselheiros da transição do presidente eleito, mas seu currículo não se resume a isso.
Khanna é diretor da Iniciativa de Governança Global do Programa de Estratégia América da New America Foundation, um centro de pensamento apartidário de Washington, e foi conselheiro sênior de geopolítica para as Forças Especiais de Operação dos EUA no Iraque e no Afeganistão.
Já visitou cem países, participou do Fórum Econômico Mundial de Davos sete vezes e, das dez línguas em que seu livro foi traduzido, fala quatro: alemão, espanhol, francês e hindu. Mais "árabe básico".
Em 2008, foi eleito uma das 75 "pessoas mais influentes do século 21" pela revista "Esquire", e a revista "Wired" o colocou na "lista dos inteligentes" do ano. Agora, prepara o livro "How to Run the World" (Como Comandar o Mundo). "Falará do futuro da diplomacia e da governança global", disse à Folha. "Estou especialmente interessado nas maneiras como corporações, governos e ONGs interagem para atingir segurança e desenvolvimento."
Disse que foi convidado a participar como conselheiro da próxima administração -o time de transição de política externa de Obama é um dos maiores e mais diversos, com dezenas de nomes-, mas, por enquanto, disse não. "Mas continuo próximo e continuarei a aconselhar o gabinete." (SD)


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