São Paulo, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

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SOB NOVA DIREÇÃO / GUERRA AO TERROR

EUA querem mais retorno por assistência a aliados

Hillary cobra resultados de Cabul, Islamabad e Bagdá

DO "FINANCIAL TIMES"

Os EUA devem vincular sua assistência a Paquistão, Iraque e Afeganistão a avanços na batalha contra o terrorismo e a corrupção, em uma das primeiras grandes decisões de política externa da nova secretária de Estado, Hillary Clinton.
Em resposta escrita a perguntas da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Hillary apoiou a ideia de "condicionar a assistência militar dos EUA ao Paquistão a esforços paquistaneses de fechar campos de treinamento, expulsar combatentes estrangeiros e impedir que Taleban e Al Qaeda usem o país como santuário".
Os comentários de Hillary foram ecoados pela Casa Branca, segundo a qual o novo governo "ampliará a assistência não militar ao Paquistão e atribuirá ao país a responsabilidade por manter a segurança em sua fronteira com o Afeganistão", acrescentando ao mesmo tempo que os EUA também "exigirão que o governo afegão faça mais, entre outras coisas reprimindo a corrupção e o comércio ilícito de ópio".
Husain Haqqani, embaixador paquistanês nos EUA, negou a importância do que definiu como "questões de procedimento", dizendo, sobre as condições definidas por Hillary, que "não as entendi como uma proposta séria de política, e elas certamente não foram discutidas conosco". Ele acrescentou que "minha leitura do testemunho da secretária Clinton está no fato de que ela considera o Paquistão como parceiro".
Hillary também anunciou que o governo planeja triplicar a assistência civil ao Paquistão, para US$ 1,5 bilhão por ano, mas que isso não representa "um cheque em branco".
O novo governo também adotou linha dura com o Iraque. Hillary declarou ao Congresso que Bagdá precisava fazer mais para superar as diferenças políticas internas por meio da aprovação de leis nacionais sobre o petróleo e uma libertação mais rápida de prisioneiros, sob a Lei de Anistia.
"Certamente faremos o melhor que pudermos para pressionar o governo iraquiano a combater o sectarismo em suas forças de segurança e condicionaremos o fornecimento de futuros recursos aos avanços quanto a isso", disse Hillary.
A secretária também falou de corrupção do governo no Afeganistão: "Vincularemos a assistência a um melhor desempenho do governo afegão, entre outras coisas nas iniciativas de combate à corrupção e nos esforços para estender o domínio da lei a todo o território".
O governo afegão já respondeu de maneira zangada à afirmação de Hillary de que o país "virou um narcoestado".
"Madame Clinton é uma boa amiga do Afeganistão, e nossa amiga próxima", disse o chanceler Rangin Spanta. "Mas, se alguém acredita que o nosso governo está envolvido na produção de drogas, isso absolutamente não procede."


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