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Príncipe Harry vai lutar no Iraque, anuncia Coroa
Treinado na prestigiosa academia Sandhurst, filho mais novo de Charles e Diana deve ser enviado ao sul do país em junho
Comportamento do caçula é foco de tablóides; anúncio coincide com comunicado de início da retirada das tropas britânicas por Blair
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES
Depois de ser flagrado em cenas de "mau comportamento"
típico da idade -mas nem tanto da realeza-, o príncipe
Harry, 22, terceiro na linha de
sucessão da família real britânica, anunciou uma decisão
que faz jus aos apelido de "wild
boy" ("garoto selvagem") que
lhe conferiram os tablóides do
reino: irá combater com as tropas britânicas no Iraque.
Segundo informou ontem o
Ministério da Defesa britânico,
o filho caçula do príncipe Charles e da princesa Diana (1961-97) será enviado à guerra com
seu regimento, o Blues and Royal, como segundo-tenente, comandando uma tropa de 12 soldados. O príncipe deve começar a servir no Iraque em junho,
ficando no país por um período
de seis a sete meses.
"A decisão de enviá-lo foi militar", afirmou o ministério em
comunicado oficial. "A Casa
Real foi consultada ao longo do
processo."
No Iraque, Harry fará "o trabalho normal de um comandante de tropa", liderando
"quatro veículos armados de
reconhecimento, com três soldados em cada", informou o comunicado. Por motivo de segurança, não foram divulgados
detalhes do local em que o príncipe irá atuar nem de que tipo
de atividades ele participará.
Retirada
A confirmação do envio do
neto da rainha Elizabeth 2ª à
guerra veio um dia depois de o
premiê Tony Blair anunciar
uma a retirada de 1.600 dos
7.100 soldados britânicos no
Iraque nos próximos meses.
O regimento de Harry será
enviado para o Iraque dentro
do programa de rotatividade
das tropas em serviço. Segundo
fontes do Blues and Royal citadas pela imprensa britânica, o
jovem herdeiro do trono ficou
"extremamente feliz" com o
anúncio de sua ida ao Iraque.
Formado pela Academia
Real Militar de Sandhurst em
abril passado, o príncipe já havia manifestado sua vontade de
participar de combates pelo
Exército. Harry ameaçou inclusive largar a carreira militar
se não fosse convocado por
questões de segurança, devido
a sua posição na família real.
"Não passei por Sandhurst
para ficar sentado em casa enquanto meus companheiros estão lutando por seu país", disse
ele à rede BBC em 2005.
Harry será o primeiro integrante da realeza britânica a
participar de combates desde
1982, quando o príncipe Andrew, seu tio, lutou na Guerra
das Malvinas. Tanto o príncipe
Charles quanto o irmão mais
velho de Harry, William, 24,
passaram pelas Forças Armadas, mas foram poupados de
combates devido às suas posições como herdeiros do trono.
Analistas militares consideram grandes os riscos de que o
jovem membro da realeza se
torne alvo preferencial de ataques no Iraque, onde 132 soldados britânicos já morreram
desde a invasão, em 2003.
Ovelha negra
O envolvimento militar de
Harry sempre foi visto com
bons olhos pela família real,
preocupada em "endireitar" o
comportamento rebelde do caçula. Diferentemente do estilo
bem comportado de seu pai e
de seu irmão, Harry faz a alegria dos tablóides britânicos
com suas histórias de bebedeiras, consumo de maconha e brigas com fotógrafos.
Para contrabalançar seu lado
boêmio, a família real sempre
procurou divulgar os trabalhos
humanitários em que Harry se
envolveu -ele ajudou a arrecadar dinheiro para os desabrigados do tsunami na Ásia, trabalhou como voluntário da Cruz
Vermelha e passou um tempo
trabalhando no Lesoto (África).
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