São Paulo, sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

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Ex-chefe da inteligência colombiana é preso por ligação com "Paragate"

Ingrid Betancourt, ex-presidenciável, completa cinco anos em poder das Farc

DA REDAÇÃO

Foi preso ontem, sob acusação de envolvimento com um grupo de paramilitares, o ex-chefe da inteligência colombiana Jorge Noguera Costa.
Noguera é o homem mais próximo do presidente Álvaro Uribe a ser detido desde que teve início o escândalo provocado por investigações da Justiça sobre a ligação de vários políticos governistas com grupos paramilitares de extrema direita.
O "Paragate", como ficou conhecido fora da Colômbia, já havia feito outras vítimas nos círculos próximos a Uribe, entre elas a chanceler María Consuelo Araújo, que renunciou ao cargo na semana passada porque seu irmão -que é senador- havia sido preso.
Noguera, que estava sendo investigado por envolvimento com o grupo paramilitar AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), comandou o Departamento Administrativo de Segurança durante o primeiro mandato de Uribe, de 2002 a 2006.

Farc
A descoberta das ligações de políticos governistas com os paramilitares afetou um outro fronte problemático para Uribe. Ontem o presidente informou que um emissário seu que foi negociar com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) voltou com o recado de que os guerrilheiros não conversariam com o governo, "ilegítimo, pois é um governo paramilitar".
Ao que Uribe respondeu que vai endurecer com as Farc. "Nossa decisão é intensificar [a luta contra a guerrilha], para derrotar esses bandidos."
As Farc, grupo insurgente que nasceu há cerca de 40 anos, quando visava derrubar o governo, e que se financia por meio de seqüestros e tráfico de drogas, têm em seu poder hoje mais de 50 reféns. O atual governo colombiano tem tentado negociar a troca de guerrilheiros presos por esses reféns.
Entre eles está Ingrid Betancourt, cujo seqüestro completa hoje cinco anos. Betancourt, que tem também cidadania francesa, era candidata à Presidência da Colômbia quando de seu seqüestro.
Segundo o ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, Betancourt pode estar no Brasil ou na Venezuela. Manuel atribui a versão de que a seqüestrada teria sido levada para fora da Colômbia a membros das Farc que abandonaram as armas.


Com agências internacionais


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