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REFÉNS DAS FARC
Uribe rejeita nova proposta de mediação franco-brasileira
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
O presidente colombiano,
Álvaro Uribe, rejeitou a proposta franco-brasileira de
criação de um grupo de países que incluía a Venezuela
para intermediar com as
Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) a
libertação dos seqüestrados
políticos, entre os quais a colombiano-francesa Ingrid
Betancourt, que hoje completa seis anos de cativeiro.
No caso do governo de Luiz
Inácio Lula da Silva, Uribe
concordaria em que participe apenas como facilitadores, mas não como mediador.
Em reunião com o chanceler francês, Bernard Kouchner, anteontem, Uribe, em
tom duro, se recusou até
mesmo a discutir a volta de
Hugo Chávez às mediações,
segundo relatos de funcionários do governo que estiveram no encontro.
Ontem, uma nota do governo colombiano confirmou: "O presidente Álvaro
Uribe disse ao chanceler
Bernard Kouchner que não
tocasse no tema da Venezuela por razões de prudência na
condução das relações internacionais".
Sobre a participação do
Brasil e de Cuba, os outros
países que fariam parte do
"grupo de amigos", o colombiano concordou, no máximo, em dar-lhes o papel menor de facilitadores, segundo
relato do jornal "El Tiempo".
Em entrevista coletiva
após o encontro com Uribe,
Kouchner confirmou que a
criação de um "grupo de amigos" não havia sido aceita e
defendeu a participação do
presidente brasileiro como
mediador. "Tanto o presidente Uribe como o presidente Sarkozy mantêm excelentes relações como Lula",
afirmou o chanceler.
Na semana passada, durante encontro na Guiana
Francesa, Lula e Sarkozy haviam afinado a proposta do
"grupo de amigos". Os dois
governos têm defendido a
participação de Chávez por
sua proximidade com as
Farc, que no mês passado liberaram duas reféns e prometem soltar outros quatro
nos próximo dias em "desagravo" ao venezuelano.
O governo colombiano, no
entanto, deu por encerrada a
intermediação de Chávez em
novembro, sob a alegação de
que ele extrapolou os limites
impostos por Bogotá.
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