São Paulo, sábado, 23 de fevereiro de 2008

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REFÉNS DAS FARC

Uribe rejeita nova proposta de mediação franco-brasileira

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

O presidente colombiano, Álvaro Uribe, rejeitou a proposta franco-brasileira de criação de um grupo de países que incluía a Venezuela para intermediar com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) a libertação dos seqüestrados políticos, entre os quais a colombiano-francesa Ingrid Betancourt, que hoje completa seis anos de cativeiro. No caso do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Uribe concordaria em que participe apenas como facilitadores, mas não como mediador.
Em reunião com o chanceler francês, Bernard Kouchner, anteontem, Uribe, em tom duro, se recusou até mesmo a discutir a volta de Hugo Chávez às mediações, segundo relatos de funcionários do governo que estiveram no encontro.
Ontem, uma nota do governo colombiano confirmou: "O presidente Álvaro Uribe disse ao chanceler Bernard Kouchner que não tocasse no tema da Venezuela por razões de prudência na condução das relações internacionais".
Sobre a participação do Brasil e de Cuba, os outros países que fariam parte do "grupo de amigos", o colombiano concordou, no máximo, em dar-lhes o papel menor de facilitadores, segundo relato do jornal "El Tiempo".
Em entrevista coletiva após o encontro com Uribe, Kouchner confirmou que a criação de um "grupo de amigos" não havia sido aceita e defendeu a participação do presidente brasileiro como mediador. "Tanto o presidente Uribe como o presidente Sarkozy mantêm excelentes relações como Lula", afirmou o chanceler.
Na semana passada, durante encontro na Guiana Francesa, Lula e Sarkozy haviam afinado a proposta do "grupo de amigos". Os dois governos têm defendido a participação de Chávez por sua proximidade com as Farc, que no mês passado liberaram duas reféns e prometem soltar outros quatro nos próximo dias em "desagravo" ao venezuelano.
O governo colombiano, no entanto, deu por encerrada a intermediação de Chávez em novembro, sob a alegação de que ele extrapolou os limites impostos por Bogotá.


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