São Paulo, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

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Netanyahu e Livni terminam encontro sem acordo para coalizão

Chanceler pede rodízio de cargos; novo premiê diz rejeitar "imposições"

DA REDAÇÃO

Incumbido na última quinta-feira pelo presidente israelense, Shimon Peres, de formar um novo governo, após o apertado resultado das eleições legislativas do último dia 10, o líder do partido direitista Likud, Binyamin Netanyahu, se reuniu ontem por mais de duas horas com a chanceler Tzipi Livni, do Kadima (centro).
Após o encontro, ocorrido em Jerusalém, Netanyahu disse que ele e Livni concordaram em muitos pontos e que suas discordâncias poderão "ser superadas com boa vontade". "Acho que nós todos temos de ouvir as vozes vindas do povo e que estão pedindo por união nesta hora", disse.
Livni apareceu momentos depois e afirmou que ambos ainda discordavam quanto ao diálogo com os palestinos. "Não chegamos a nenhum acordo. Há profundas discordâncias a respeito dessa questão", disse.
"Hoje não progredimos em questões cruciais, de modo a podermos falar de um caminho comum", completou. Mas afirmou que ambos concordaram em se reunir de novo em breve.
Ontem, antes do encontro, Netanyahu havia afirmado que não admitirá "imposições" nem "quedas-de-braço" para formar o novo governo.
Dirigentes do Kadima salientaram que Livni só participará do novo governo se Netanyahu aceitar um rodízio na liderança do Executivo.
A rotação de primeiros-ministros "é a única forma de garantir um governo estável e que dure quatro anos", afirmou Avi Dichter, ministro da Segurança Pública e membro do Kadima.
Essa estratégia já foi adotada nos anos 1980 por Shimon Peres (trabalhista) e Isaac Shamir (Likud) para resolver um virtual empate nas eleições.
Meir Shitrit, ministro do Interior e também do Kadima, alertou que seu partido será "varrido do mapa político" se participar de um governo "que não caminha em direção à paz".
Netanyahu dissera que não faria concessões territoriais aos palestinos.
Tanto Livni quanto Netanyahu vêm recebendo pressões de seus partidos para formarem um governo de unidade nacional. O argumento é de que o país precisa de estabilidade para enfrentar suas duas maiores preocupações: a crise financeira internacional e o programa nuclear iraniano.
Na eleição do último dia 10, Netanyahu teve o respaldo de pelo menos 61 dos 120 legisladores eleitos e foi escolhido apesar de seu partido não ter sido o mais votado, algo inédito. O Kadima obteve uma cadeira a mais do que o Likud (28 a 27).
O pleito, antes previsto para 2010, foi antecipado pela renúncia do premiê Ehud Olmert sob acusações de corrupção.

Colaboração
Netanyahu também afirmou que colaborará com o presidente americano, Barack Obama, em seus esforços pela paz no Oriente Médio. "Pretendo e espero colaborar com a administração Obama e tentar avançar nos objetivos comuns pela paz, segurança e prosperidade para nós e nossos vizinhos", disse.
Quando foi primeiro-ministro pela primeira vez, entre 1996 e 1999, Netanyahu entrou em choque com a administração Clinton, mas acabou cedendo à pressão dos EUA e permitiu que parte da cidade de Hebron, na Cisjordânia, ficasse sob administração palestina.


Com agências internacionais


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