UOL


São Paulo, domingo, 23 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Itamaraty descarta asilo a Saddam no país

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ontem por meio de sua assessoria que o Itamaraty não está considerando a possibilidade de conceder asilo ao ditador iraquiano Saddam Hussein.
O assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia disse em entrevista à revista "Época" desta semana que isso poderia acontecer caso "ajudasse a resolver a crise do Iraque de forma pacífica".
Garcia, porém, afirmou que o governo brasileiro não havia sido consultado sobre o assunto.
Amorim teve uma reunião com sua equipe na manhã de ontem e, em seguida, pediu à sua assessoria que divulgasse a posição do Itamaraty. A reunião não teria sido convocada devido à entrevista.
Os assessores explicaram que Amorim não chegou a conversar com Garcia sobre a entrevista. Segundo eles, o ministro entendeu que Garcia falava sobre uma situação hipotética.
Desde o início do governo, há choques e ruídos de bastidor entre Amorim e Garcia. No Itamaraty, foram feitas críticas reservadas a Garcia, que tentaria agir como um "chanceler do B".
Já Garcia acredita que há ciúme de diplomatas devido à relação pessoal e política que tem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O fato, porém, é que algumas declarações de Garcia desagradaram Amorim. Lula soube e pediu a seu assessor especial que adotasse comportamento mais discreto.
De modo geral, Lula acha que seus auxiliares têm falado mais do que deveriam. A entrevista na qual Garcia admite dar a asilo a Saddam Hussein é um exemplo.


Texto Anterior: Interesses definem oposição à guerra
Próximo Texto: Guerra criará ameaça maior, diz sociólogo
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.