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Míssil cai a 50 m de secretário da ONU
Em visita a Bagdá, Ban Ki-Moon estava ao lado do primeiro-ministro iraquiano na Zona Verde, de segurança máxima
Atentado ocorreu na primeira visita de um chefe da ONU ao Iraque desde 2005; Ban elogiava a diminuição da violência
DA REDAÇÃO
Um atentado no Iraque surpreendeu ontem o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon,
durante uma entrevista coletiva em Bagdá.
Enquanto Ban falava à imprensa ao lado do premiê iraquiano, Nouri al Maliki, um foguete caiu próximo da sala de
conferência, situada em um dos
prédios da Zona Verde, a mais
protegida da capital iraquiana.
Pouco após Ban dizer aos jornalistas presentes que pretendia incrementar a presença da
ONU no Iraque, dado que as
condições de segurança haviam
melhorado, ouviu-se um estrondo. O sul-coreano abaixou-se atrás do púlpito, enquanto os
seguranças correram para proteger Al Maliki. "Não foi nada",
disse o premiê iraquiano.
Pequenos destroços do teto
caíram devido ao tremor causado pela explosão, mas o secretário-geral da ONU logo se recompôs e continuou a falar,
sem sequer mencionar o incidente. Após a coletiva, o ministro do Interior iraquiano, Jawad Bolani, comentou o ataque: "Não foi uma falha na segurança. Esse tipo de coisa
acontece umas duas vezes por
semana em Bagdá".
O projétil -um katiusha, segundo autoridades iraquianas- caiu a cerca de 50 metros
do local onde estavam Ban e
Maliki, num aposento de hóspedes anexo aos do primeiro-ministro. Como a visita de Ban
estava sendo mantida sob sigilo, não se sabe se ele era o alvo
do foguete. O Conselho de Segurança da ONU, que condenou o "abominável ataque terrorista", considerou em sua declaração que o alvo era o gabinete do premiê iraquiano. Ninguém se feriu no atentado.
A Zona Verde é uma área de
segurança máxima controlada
pelos EUA. Lá ficam, entre outras instalações, a sede do governo iraquiano e as embaixadas dos EUA e do Reino Unido.
Presença maior
A visita de Ban foi a primeira
de um secretário-geral da ONU
ao país desde a de Kofi Annan,
em novembro de 2005.
As Nações Unidas diminuíram muito sua atuação no Iraque desde um atentado à sua
sede em Bagdá, em 2003
-quando morreu o diplomata
brasileiro Sérgio Vieira de Mello- e um subseqüente ataque
à Cruz Vermelha, também na
capital iraquiana.
Ban disse ontem ao premiê
iraquiano pretender aumentar
a presença da ONU no país. O
sul-coreano também elogiou a
"forte liderança" de Nouri al
Maliki e promete auxílio na reconstrução e na restauração
plena da segurança no país.
Sobre a situação política, Ban
declarou esperar que "o governo iraquiano (...) empenhe-se
num processo político de inclusão plena". Ele pediu ainda aos
países da região que se engajem
numa ajuda construtiva ao povo e ao governo do Iraque.
Conversas
Também ontem, o governo
iraquiano disse que está há três
meses mantendo contatos indiretos com grupos insurgentes sunitas, dentro e fora do
Iraque, numa tentativa de desmobilizar milicianos. Foram
excluídos das conversas grupos
ligados à Al Qaeda e leais a Saddam Hussein. Ainda segundo o
governo, as conversas chegaram a um impasse depois que
os grupos colocaram como condição para o desarmamento a
fixação de um cronograma de
retirada das tropas da coalizão
lideradas pelos EUA.
O premiê Maliki também se
encontrou com um líder extremista da milícia xiita de Moqtada al Sadr que estava preso até
ontem, Ahmed al Shibani. De
acordo com o governo, Shibani,
que foi capturado em 2004, pode ajudar nas negociações políticas que visam diminuir a violência sectária no país.
Com agências internacionais
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