São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 2011

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China diz que cabe ao Brasil tornar-se mais competitivo

Em palestra no Rio, embaixador chinês refuta críticas a câmbio

CLAUDIA ANTUNES
DO RIO

O embaixador chinês no Brasil, Qiu Xiaoqi, disse que a visita "histórica" da presidente Dilma Rousseff a Pequim, em abril, fortalecerá a "relação estratégica" bilateral, mas que cabe aos brasileiros resolver o problema da pauta de exportações para seu país, dominada por matérias-primas.
"Vocês têm de fazer seus próprios esforços para a competitividade da indústria e da economia. Se o Brasil não vender esses produtos [minério, petróleo, soja], o que vai exportar para manter esse nível [de intercâmbio]?", disse, referindo-se ao superavit de US$ 5 bilhões do lado brasileiro, em 2010.
Qiu repetiu que a China é uma "economia de mercado, aberta". Se disse disposto a "esforço conjunto" para melhorar o comércio. Mas deu estocada na Fiesp pela crítica ao câmbio chinês desvalorizado, que originaria concorrência desleal com a indústria nacional.
"A Fiesp não representa a opinião de toda a sociedade do Brasil. Muitos setores sabem que a parceria beneficia os dois lados."
Ele disse que Pequim está ajustando gradualmente sua taxa de câmbio, mas que não age "sob pressão". Lembrou que o Plano Quinquenal recém-aprovado vai privilegiar a qualidade e a distribuição do crescimento. Os salários subirão e, com isso, o preço dos produtos chineses.
Previu que isso provocará reclamações: "Quando os produtos da China são baratos, vocês se queixam. Quando são caros, se queixam outra vez. É um problema."
O embaixador fez palestra em "portunhol" promovida pela Coppe (programa de pós-graduação em engenharia) e o Instituto de Economia da UFRJ, que têm convênios com universidades chinesas.


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