São Paulo, domingo, 23 de abril de 2000


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Governo de Cuba pede calma à população

das agências internacionais

O governo cubano pediu à população que se abstivesse de "realizar manifestações públicas e mantenha uma atitude serena, discreta e digna" ante os acontecimentos relacionados com Elián, retirado à força na manhã de ontem da casa de seu tio-avô, em Miami, por agentes federais norte-americanos.
Apesar do pedido, o ditador Fidel Castro e as avós de Elián participaram de uma manifestação a 200 km de Havana que reuniu cerca de 40 mil cubanos. A manifestação já estava marcada havia dias.
O governo descreveu a entrega do menino ao seu pai como "uma solução justa, honrada e correta". Advertiu, no entanto, que "a necessidade de lutar por Elián não terminou".
Num comunicado oficial, lido por rádios locais, o governo pediu à população de Cuba que "se abstenha de manifestar-se publicamente, não importando qual seja a informação recebida".
Juan González, avô paterno do menino, declarou: "Meu filho me ligou de Washington perto de 5h30 e me deu a notícia. É o dia mais feliz da minha vida". A avó paterna de Elián disse estar tão emocionada que não poderia dar declaração alguma.
"A luta que vencemos não é só por Elián, mas também contra as causas que possibilitaram que Elián fosse sequestrado nos EUA. Refiro-me ao embargo a Cuba e ao imperialismo norte-americano, que deseja que nossa revolução não siga adiante", disse Otto Rivero, líder da União da Juventude Comunista.
Um primo próximo do garoto, uma professora e um médico pediatra já teriam o visto e estariam a caminho de Washington para dar assistência a Elián. Segundo o governo, essas três pessoas, junto com 12 colegas de escola, psicólogos e outros profissionais formariam um "grupo de apoio" que ficaria com Elián enquanto ele espera sua provável volta a Cuba.
No dia 10 de dezembro do ano passado, o governo dispensou as crianças de irem à escola e convocou a população às ruas, conseguindo que 300 mil pessoas pedissem a volta de Elián à ilha. No dia 14 de janeiro deste ano, em Havana, mais de 100 mil mulheres gritavam: "Devolvam nosso filho!".



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