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Governo de Cuba pede calma à população
das agências internacionais
O governo cubano pediu à população que se abstivesse de "realizar manifestações públicas e
mantenha uma atitude serena,
discreta e digna" ante os acontecimentos relacionados com Elián,
retirado à força na manhã de ontem da casa de seu tio-avô, em
Miami, por agentes federais norte-americanos.
Apesar do pedido, o ditador Fidel Castro e as avós de Elián participaram de uma manifestação a
200 km de Havana que reuniu
cerca de 40 mil cubanos. A manifestação já estava marcada havia
dias.
O governo descreveu a entrega
do menino ao seu pai como "uma
solução justa, honrada e correta".
Advertiu, no entanto, que "a necessidade de lutar por Elián não
terminou".
Num comunicado oficial, lido
por rádios locais, o governo pediu
à população de Cuba que "se abstenha de manifestar-se publicamente, não importando qual seja
a informação recebida".
Juan González, avô paterno do
menino, declarou: "Meu filho me
ligou de Washington perto de
5h30 e me deu a notícia. É o dia
mais feliz da minha vida". A avó
paterna de Elián disse estar tão
emocionada que não poderia dar
declaração alguma.
"A luta que vencemos não é só
por Elián, mas também contra as
causas que possibilitaram que
Elián fosse sequestrado nos EUA.
Refiro-me ao embargo a Cuba e
ao imperialismo norte-americano, que deseja que nossa revolução não siga adiante", disse Otto
Rivero, líder da União da Juventude Comunista.
Um primo próximo do garoto,
uma professora e um médico pediatra já teriam o visto e estariam
a caminho de Washington para
dar assistência a Elián. Segundo o
governo, essas três pessoas, junto
com 12 colegas de escola, psicólogos e outros profissionais formariam um "grupo de apoio" que ficaria com Elián enquanto ele espera sua provável volta a Cuba.
No dia 10 de dezembro do ano
passado, o governo dispensou as
crianças de irem à escola e convocou a população às ruas, conseguindo que 300 mil pessoas pedissem a volta de Elián à ilha. No dia
14 de janeiro deste ano, em Havana, mais de 100 mil mulheres gritavam: "Devolvam nosso filho!".
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