São Paulo, quinta-feira, 23 de abril de 2009

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"Todos erram", e comportamento de Lugo não afeta imagem da igreja, dizem bispos

DA AGÊNCIA FOLHA, EM INDAIATUBA (SP)

Todas as pessoas estão sujeitas a errar e cabe a cada um se arrepender ou não de seus pecados. Assim bispos brasileiros, participantes da 47ª Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), em Indaiatuba, São Paulo, comentaram a divulgação de que o ex-bispo e presidente do Paraguai, Fernando Lugo, é pai de três crianças. Para eles, isso não afeta a credibilidade da Igreja Católica.
"As pessoas que construíram a igreja são falíveis. A igreja sempre pregou para se acolher o pecador, embora não admita o pecado. É claro que o bispo não é só uma pessoa que prega a verdade, mas que precisa viver a verdade. Isso não quer dizer que a igreja vai ficar desacreditada com as fraquezas de seus membros", disse dom Antônio Augusto Duarte, bispo auxiliar do Rio de Janeiro.
Para o arcebispo do Rio e porta-voz da Assembleia da CNBB, dom Orani Tempesta, cabe à comunidade julgar os erros dos membros da igreja. "Cada pessoa responde à fidelidade ou à infidelidade daquilo que promete. Acho que não cabe à igreja julgar ninguém, mas a cada um de nós, vendo as coisas, dizer se estou sendo fiel àquilo com que me comprometi."
O arcebispo de Salvador, dom Geraldo Majella, que conheceu Lugo em encontros de bispos, disse lamentar o fato e temer que o paraguaio encontre dificuldades para governar. "Nosso povo é exigente quanto ao nosso comportamento. Nós pedimos a Deus que o ilumine para que o seu trabalho na política possa ser de proveito para o povo do Paraguai."
Integrantes da igreja ouvidos pela Folha afirmaram que não há padrão na forma como os fiéis ou a hierarquia da igreja tendem a lidar com casos como o de Lugo ou de padres que mantêm relações com mulheres da comunidade, que eles reconheceram ocorrer eventualmente e sobre os quais não é possível ter "estatística".
Pode haver casos em que tanto a comunidade quanto a hierarquia reage com "tolerância" ao fato, como outros em que o superior hierárquico exige que o sacerdote deixe o ministério. (AFONSO BENITES)


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