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"Todos erram", e comportamento de Lugo não afeta imagem da igreja, dizem bispos
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM INDAIATUBA (SP)
Todas as pessoas estão sujeitas a errar e cabe a cada um se
arrepender ou não de seus pecados. Assim bispos brasileiros,
participantes da 47ª Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil), em Indaiatuba, São
Paulo, comentaram a divulgação de que o ex-bispo e presidente do Paraguai, Fernando
Lugo, é pai de três crianças. Para eles, isso não afeta a credibilidade da Igreja Católica.
"As pessoas que construíram
a igreja são falíveis. A igreja
sempre pregou para se acolher
o pecador, embora não admita
o pecado. É claro que o bispo
não é só uma pessoa que prega a
verdade, mas que precisa viver
a verdade. Isso não quer dizer
que a igreja vai ficar desacreditada com as fraquezas de seus
membros", disse dom Antônio
Augusto Duarte, bispo auxiliar
do Rio de Janeiro.
Para o arcebispo do Rio e
porta-voz da Assembleia da
CNBB, dom Orani Tempesta,
cabe à comunidade julgar os erros dos membros da igreja. "Cada pessoa responde à fidelidade
ou à infidelidade daquilo que
promete. Acho que não cabe à
igreja julgar ninguém, mas a cada um de nós, vendo as coisas,
dizer se estou sendo fiel àquilo
com que me comprometi."
O arcebispo de Salvador,
dom Geraldo Majella, que conheceu Lugo em encontros de
bispos, disse lamentar o fato e
temer que o paraguaio encontre dificuldades para governar.
"Nosso povo é exigente quanto
ao nosso comportamento. Nós
pedimos a Deus que o ilumine
para que o seu trabalho na política possa ser de proveito para o
povo do Paraguai."
Integrantes da igreja ouvidos
pela Folha afirmaram que não
há padrão na forma como os
fiéis ou a hierarquia da igreja
tendem a lidar com casos como
o de Lugo ou de padres que
mantêm relações com mulheres da comunidade, que eles reconheceram ocorrer eventualmente e sobre os quais não é
possível ter "estatística".
Pode haver casos em que
tanto a comunidade quanto a
hierarquia reage com "tolerância" ao fato, como outros em
que o superior hierárquico exige que o sacerdote deixe o ministério.
(AFONSO BENITES)
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