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Justiça da Venezuela solicita à Interpol prisão de líder opositor
Peru diz que pedido não deve ter efeito devido à requisição de asilo por Rosales
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
A Justiça venezuelana solicitou ontem à Interpol (polícia
internacional) a prisão preventiva do líder opositor e prefeito
licenciado de Maracaibo, Manuel Rosales, um dia depois de
ele ter entrado com um pedido
de asilo político no Peru.
"[Rosales] demonstrou não
ter vontade de se submeter ao
processo no qual é réu", justificou, via nota à imprensa, a juíza
Reina Morandy. O opositor deveria ter comparecido a uma
audiência judicial na última segunda, mas desde domingo já
estava em Lima.
Apesar de o Peru ser um dos
187 países que participam da
Interpol, o pedido de prisão
não terá efeito prático por causa da solicitação de asilo à
Chancelaria peruana, que ontem prometeu uma decisão
dentro de até duas semanas
-prazo menor que os dois meses normalmente previstos.
Em suas primeiras declarações em Lima, Rosales disse
confiar que o Peru lhe dará asilo político e não estar preocupado com o pedido à Interpol.
O opositor ainda gravou um
vídeo, transmitido na Venezuela, em que volta a acusar o presidente Hugo Chávez de estar
por trás do processo que o acusa de enriquecimento ilícito.
Rosales chamou o adversário
de "ditadorzinho", "golpista" e
"violador da Constituição", entre outros epítetos.
Logo após as declarações de
Rosales, o chanceler peruano,
José Antonio García Belaunde,
afirmou que seu país "não pode
ser usado como uma plataforma política para nenhum estrangeiro porque isso violaria a
própria natureza do refúgio".
Segundo o Ministério Público, Rosales não soube justificar
o ganho de 147 mil bolívares
fortes (US$ 68 mil, no oficial;
US$ 24,5 mil, no paralelo) entre os anos de 2002 e 2004,
quando era governador de Zulia, o Estado mais rico do país
por causa do petróleo.
O prefeito licenciado de Maracaibo, a segunda maior cidade do país, diz ter apresentado
provas da origem do dinheiro.
Ele estava escondido desde o
fim de março, quando sua prisão passou a ser iminente. Em
seguida, pediu afastamento do
cargo, que ocupava desde o final de 2008, após ter vencido as
eleições de novembro e de ter
feito seu sucessor em Zulia.
"Rosales da revolução"
O ex-governador distrital de
Caracas, o chavista Juan Barreto (2004-08), foi denunciado
ontem por corrupção pelo Ministério Público. Impopular,
ele não chegou a disputar a reeleição. É acusado de irregularidades durante a implantação
de um sistema de vigilância.
Barreto sugeriu ter sido denunciado para que a Promotoria demonstrasse apartidarismo. "Se quiserem me converter
em Rosales da revolução, não
sou Rosales nem Rosito", disse.
E afirmou que foi ele próprio o
autor da acusação que consta
no processo e que a denúncia
foi uma surpresa.
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