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Apoio cai entre população e partidários
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As greves na França
ocorrem em um momento
em que o presidente Nicolas Sarkozy enfrenta dificuldades para melhorar
sua popularidade. Pouco
mais de um ano após subir
ao poder, sondagem divulgada pelo instituto Ipsos
revela que só 40% dos entrevistados aprovam o governo, contra 58% de julgamentos desfavoráveis.
Esses percentuais são
próximos aos verificados
em abril. No governo havia
a expectativa que, após a
entrevista televisiva em 24
de abril, houvesse uma recuperação dos índices.
No centro do descontentamento, está o poder
aquisitivo em queda ou estagnado. Sarkozy, na campanha, fez da promessa de
recuperação da economia
o pilar do seu discurso.
Mas o balanço dos últimos
12 meses mostra uma economia morosa sob um cenário internacional adverso de alta do petróleo. As
reformas propostas pelo
presidente, potencialmente impopulares, tornam-se
ainda mais indigestas com
uma economia lenta.
A personalidade de Sarkozy também afeta a opinião publica. Os franceses
parecem ter enjoado da
superexposição de sua vida pessoal, das amizades
com milionários e da aparição freqüente em revistas de celebridades.
Os baixos índices resvalam no premiê, François
Fillon, que vê o sua aprovação, hoje em 50%, seguir
uma trajetória de queda.
Não bastassem os dissabores da opinião pública,
Sarkozy passa por uma
crise dentro do próprio
partido. Projeto de lei de
regulamentação de organismos geneticamente
modificados foi derrotado
no Parlamento com o
apoio do UMP, e grandes
nomes de sua bancada, como o ex-premiê Jean-Pierre Raffarin, criticam
abertamente o presidente
por tentar passar reformas
sem consultar o partido.
Com esse clima, Sarkozy
antevê dificuldades para
passar projetos mais difíceis -como a abolição da
jornada de 35 horas.
(CC)
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