São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 2008

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General vê chance de reduzir tropas no Iraque em setembro

DA REDAÇÃO

O comandante militar dos EUA no Iraque, general David Petraeus, disse ontem a um comitê do Senado que espera recomendar novas reduções do contingente militar americano no país árabe em setembro, após um hiato de 45 dias a se iniciar em julho durante o qual a retirada será suspensa a pedido do próprio general.
Petraeus falou na Comissão de Serviços Armadas do Senado, que deve aprovar sua indicação para assumir a chefia das operações americanas na região conhecida como Comando Central, que inclui Iraque, Afeganistão e Chifre da África.
"Minha impressão é que poderemos recomendar novos cortes [em setembro]. Acredito que haverá algumas tropas que nós possamos recomendar que sejam retiradas", afirmou.
Os EUA possuem atualmente 155 mil militares no Iraque, 25 mil a mais do que tinham antes do "surge", a estratégia de aumento de tropas tomada em 2007 que, combinada a outros fatores, ajudou a reduzir a violência no país. Até julho, esse número cairá para 140 mil.
A avaliação de Petraeus, porém, esbarra em outros trechos de seu próprio discurso. O general disse que a meta dos EUA de passar o comando das operações de segurança aos iraquianos teve de ser adiada para 2009 após o recente surto de violência em Basra. Afirmou ainda que as eleições regionais no país devem ser mudadas de outubro para novembro.
O futuro substituto de Petraeus no comando das tropas americanas no Iraque, Ray Odierno, não descartou a necessidade de mais soldados para garantir a segurança durante as eleições. "Eu nunca direi nunca. Mas creio que não devamos precisar de um aumento."
O presidente George W. Bush, por sua vez, disse em discurso a pára-quedistas americanos recém-retornados do Iraque que uma retirada antes da vitória seria "catastrófica". "Isso tornaria mais provável que sofrêssemos outro ataque como o 11 de Setembro."
O início imediato da retirada das tropas é uma das principais bandeiras dos dois pré-candidatos democratas a sucedê-lo.
Com votos contrários de Hillary Clinton e Barack Obama, o Senado aprovou ontem mais US$ 165 bilhões para as guerras no Iraque e no Afeganistão em 2009. Mas incluiu cláusula à qual Bush se opunha: parte dos fundos deve ir para veteranos.
No Iraque, um ataque de helicóptero americano resultou ontem na morte de oito iraquianos, incluindo duas crianças. Eles foram descritos como civis pela polícia iraquiana, mas os EUA dizem que os adultos eram suspeitos de terrorismo.


Com agências internacionais


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