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Para acordo, Israel quer que Síria rompa com o Irã
DO "FINANCIAL TIMES", EM JERUSALÉM
Israel ontem não deixou dúvida quanto ao que exigirá da
Síria como parte das negociações de paz "indiretas" entre os
dois inimigos, anunciadas nesta semana: o fim de todo apoio
aos grupos militantes antiisraelenses, como o Hamas e o
Hizbollah, e um rompimento
claro com o Irã, o mais próximo
aliado de Damasco na região.
Tzipi Livni, chanceler israelense, disse que "Israel sempre
desejou -e deseja- viver em
paz com os seus vizinhos, e negociações com a Síria são parte
disso. Mas os sírios também
precisam compreender que isso significa sua absoluta dissociação do terrorismo, do Hizbollah, do Hamas e de seus elos
problemáticos com o Irã".
A Síria reagiu dizendo rejeitar quaisquer condições impostas pelo Estado israelense para
concluir um acordo. Afirmou,
ainda, ter recebido garantias de
que Israel fará uma retirada
completa do Golã, território sírio ocupado desde 1967.
"Recebemos mensagens do
governo israelense e do premiê
[de Israel, Ehud Olmert], por
meio dos [mediadores] turcos,
que garantem que eles sabem o
que os sírios querem", afirmou
o ministro da Informação sírio,
Mohsen Bilal. "Ele [o premiê]
sabe que todas as colinas do
Golã serão devolvidas à Síria e
que Israel retornará às fronteiras de 1967."
Livni falou um dia depois que
Israel e Síria anunciaram ter
iniciado contatos por meio de
intermediários na Turquia para obter uma "paz abrangente".
É a primeira tentativa em oito
anos de resolver o conflito iniciado há décadas entre os dois
países, mas muitos analistas
acreditam que nenhum lado esteja em posição de fazer as concessões necessárias ao acordo.
Ainda assim, Olmert disse
ontem que os dois lados compreendem as posições dos antagonistas. "Os sírios sabem o
que queremos, e nós sabemos o
que eles querem."
Olmert deve enfrentar forte
oposição interna à devolução
das colinas do Golã à Síria. Eli
Yishai, ministro do Comércio e
líder do partido religioso ultra-ortodoxo Shas, disse que "a Síria continua a ser a fundação do
eixo do mal". Já rivais políticos
do premiê o acusam de uma jogada tática para desviar a atenção das recentes investigações
contra ele por corrupção.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Com agências internacionais
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