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Brasil e Turquia aprovam comunicado do Irã à AIEA
CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA
Os embaixadores do Brasil
e da Turquia em Teerã manifestam
na manhã de hoje ao
governo do Irã a aprovação
de ambos à carta que o Irã enviará
amanhã à AIEA (Agência
Internacional de Energia
Atômica), formalizando o
acordo firmado entre os três
países há uma semana.
O ponto principal do acordo,
como se sabe, é a decisão
iraniana de aceitar o envio de
1.200 quilos de urânio pobremente
enriquecido à Turquia
para receber de volta, mais
tarde, urânio enriquecido a
20%, nível necessário para
uso medicinal mas insuficiente para fazer a bomba.
A carta iraniana foi apresentada
aos dois embaixadores,
que a repassaram às respectivas
capitais. No Brasil, o
presidente Luiz Inácio Lula
da Silva foi informado do
teor, tido pelo Itamaraty como
perfeitamente de acordo
com os termos do acordo de
segunda-feira em Teerã.
O Irã cumpre, coma carta,
o item 6 do acordo, que previa notificar
à AIEA os termos
do entendimento, "até sete
dias após a declaração". Como
a declaração é de 17 de
maio, o prazo vence na terça.
Ao cumprir o prazo e manter
a posição de enviar urânio
à Turquia, o governo iraniano
desfaz a ameaça de não
cumprir o acordo por conta
da decisão americana de
pressionar pela aprovação de
sanções no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Agora, a iniciativa passa
inteiramente ao chamado
Grupo de Viena (EUA, Rússia,
França e AIEA), que deverão dar
resposta à carta iraniana.
Se for "sim", abre-se o
caminho para a implementação total do acordo de Teerã.
O texto assinado pelos três
governos na última segunda feira
estabelece que o Irã depositará
seu urânio enriquecido
a apenas 3,5% na Turquia
dentro de um mês. Já os
120 quilos de combustível necessário
ao reator de pesquisas
de Teerã teriam que ser
entregues ao governo iraniano em não mais que um ano.
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