São Paulo, domingo, 23 de maio de 2010

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Brasil e Turquia aprovam comunicado do Irã à AIEA

CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA

Os embaixadores do Brasil e da Turquia em Teerã manifestam na manhã de hoje ao governo do Irã a aprovação de ambos à carta que o Irã enviará amanhã à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), formalizando o acordo firmado entre os três países há uma semana.
O ponto principal do acordo, como se sabe, é a decisão iraniana de aceitar o envio de 1.200 quilos de urânio pobremente enriquecido à Turquia para receber de volta, mais tarde, urânio enriquecido a 20%, nível necessário para uso medicinal mas insuficiente para fazer a bomba.
A carta iraniana foi apresentada aos dois embaixadores, que a repassaram às respectivas capitais. No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi informado do teor, tido pelo Itamaraty como perfeitamente de acordo com os termos do acordo de segunda-feira em Teerã.
O Irã cumpre, coma carta, o item 6 do acordo, que previa notificar à AIEA os termos do entendimento, "até sete dias após a declaração". Como a declaração é de 17 de maio, o prazo vence na terça.
Ao cumprir o prazo e manter a posição de enviar urânio à Turquia, o governo iraniano desfaz a ameaça de não cumprir o acordo por conta da decisão americana de pressionar pela aprovação de sanções no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Agora, a iniciativa passa inteiramente ao chamado Grupo de Viena (EUA, Rússia, França e AIEA), que deverão dar resposta à carta iraniana. Se for "sim", abre-se o caminho para a implementação total do acordo de Teerã.
O texto assinado pelos três governos na última segunda feira estabelece que o Irã depositará seu urânio enriquecido a apenas 3,5% na Turquia dentro de um mês. Já os 120 quilos de combustível necessário ao reator de pesquisas de Teerã teriam que ser entregues ao governo iraniano em não mais que um ano.


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