São Paulo, domingo, 23 de junho de 2002

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Mais duas bombas explodem na Espanha

DA REDAÇÃO

Duas bombas explodiram ontem em cidades turísticas da costa espanhola ontem. Os ataques, que já chegam a cinco em dois dias, foram atribuídos ao grupo separatista basco ETA, que, segundo o governo, tentavam chamar a atenção de líderes da UE (União Européia) reunidos em Sevilha.
"Terroristas tentaram criar um clima e medo e uma paisagem de destruição" disse o primeiro-ministro espanhol, José María Aznar, depois que os líderes concluíram dois dias de conversações.
As duas explosões de ontem, em Mijas (sul da Espanha) e Santander (norte do país), não deixaram feridos graves, mas a imprensa relatou que um policial ficara levemente ferido na segunda.
Sete pessoas ficaram feridas nos ataques de sexta-feira, incluindo três crianças e um turista britânico que sofreu ferimentos graves, provocando o repúdio da imprensa, da população e de políticos espanhóis.
"Esses terroristas estão atacando uma Europa na qual sabem que não têm lugar", disse Aznar.
Antes de todos os cinco ataques a bomba, a polícia foi advertida.
"Acreditamos que isso seja obra do grupo terrorista ETA", disse um porta-voz da polícia de Santander sobre o quinto ataque, que ocorreu no meio da tarde em uma rua do centro do balneário.
Em Mijas, um vilarejo perto de Málaga, na Andaluzia, uma pequena bomba explodiu entre dois carros estacionados.
O turismo é uma das principais atividades econômicas da Espanha, e a Costa do Sol, no sul do país, costuma ser muito frequentada por turistas britânicos, alemães e do norte da Europa.
"Seria preciso ser cego para supor que matar ou tentar matar turistas europeus seria uma forma de ganhar a solidariedade de cidadãos da UE ou a simpatia de seus governos", afirmou o jornal "El País" em seu editorial de ontem.
Em Marbella, houve uma manifestação ontem contra o ETA, que matou mais de 800 pessoas desde 1968 em sua luta para estabelecer um Estado basco independente entre o nordeste da Espanha e o sudoeste da França.
Classificado como um grupo terrorista pela UE, o ETA tem sido alvo de uma forte ação policial em ambos os países que já prendeu mais de cem pessoas neste ano.
Em um comunicado no início desta semana, tomado como uma ameaça de ataques pelas autoridades espanholas, o grupo mencionou a "arrogância dos Estados opressores" da UE.


Com agências internacionais


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