São Paulo, sexta-feira, 23 de junho de 2006

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EUA minimizam poderio da Coréia do Norte

Vice-presidente chama de "rudimentar" tecnologia dos asiáticos; para Washington, diplomacia "é o caminho"

DA REDAÇÃO

O governo dos Estados Unidos minimizou ontem o poderio de um míssil desenvolvido pela Coréia do Norte com capacidade de alcançar o território norte-americano, mas declarou esperar que Pyongyang desista da intenção de realizar testes da arma.
O vice-presidente Dick Cheney classificou a tecnologia norte-coreana de "rudimentar". No entanto disse em entrevista à rede de TV CNN que os EUA estavam monitorando de perto o processo de um eventual lançamento.
Stephen Hadley, conselheiro para Segurança Nacional norte-americano, seguiu a mesma linha de Cheney, afirmando que os norte-coreanos estavam "muito longe" do estágio ideal para o lançamento de um míssil de longo alcance. De acordo com especialistas, o míssil Taepodong-2 tem alcance de até 15 mil quilômetros, o que tornaria possível atingir os EUA.
Anteontem Pyongyang sugeriu que o anúncio de eventuais testes era uma forma de reabrir o diálogo com Washington, que hoje aparenta ter mais preocupações com a capacidade do Irã de produzir uma bomba a partir de seu programa nuclear.
Hadley disse que a diplomacia é o "caminho" e que não poderia interpretar as motivações dos norte-coreanos. "É uma sociedade de difícil leitura."
O conselheiro declarou que o sistema antimísseis norte-americano, hoje em desenvolvimento, não tem capacidade de deter armamentos como o míssil de longo alcance da Coréia do Norte.
Adam Ereli, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, disse que Washington não permitiria negociações diretas com Pyongyang.
"Se a Coréia do Norte quer debater com os EUA o seu programa de lançamento de mísseis ou seu programa nuclear, deve fazê-lo no âmbito do grupo dos seis países", disse Ereli, referindo-se à Rússia, à China, ao Japão e à Coréia do Sul, que também integram as conversações para dissuadir a Coréia da Norte de lançar um míssil.
Han Song Ryol, chefe da delegação norte-coreana nas Nações Unidas, declarou anteontem que seu país tem o direito de testar o míssil, mas citou a possibilidade de diálogo: "Sabemos das preocupações americanas sobre o teste de um lançamento de nosso míssil. Queremos resolver a questão por meio de negociações".


Com agências internacionais

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