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Brasil é listado em grupo de exportadores de ecstasy
ITALO NOGUEIRA
DO RIO
O Brasil entrou em 2010 na
lista dos exportadores de ecstasy. Segundo informações
passadas à UNODC (escritório da ONU sobre drogas e crimes), o país foi ponto de saída da droga para a Europa.
O volume da rota é irrelevante comparado ao trajeto
usual das drogas sintéticas:
saem de Europa e Canadá para países em desenvolvimento. Mas é a primeira vez que
se registra a sua existência.
A Polícia Federal já obteve
relatos sobre o tema, mas
sem detalhes. Delegados brasileiros pediram informações
sobre local da apreensão ou
prisão que revelasse o trajeto, mas não houve resposta.
Relatório da Jife (Junta Internacional Fiscalizadora de
Entorpecentes da ONU) de
março deste ano indicou pela
primeira vez a rota. O Brasil
foi apontado como origem de
comprimidos apreendidos
na Holanda e na Suécia.
A PF ainda recebeu informe sobre apreensão na França. Somados os casos, a droga localizada chega a 9,1 kg.
A nova rota aparecerá
mais uma vez no relatório da
UNODC a ser divulgado hoje.
"Na medida em que somos
um país em desenvolvimento, temos planta química,
pessoas capacitadas na área
e desvio de componentes de
produção, temos o cenário
pronto dos países desenvolvidos", disse o diretor-geral
da PF, Luiz Fernando Corrêa.
A Europa é, desde os anos
80, o maior produtor e exportador da droga. Mas a fabricação se espalhou na última
década. No Brasil, dois laboratórios com significativo potencial de produção foram fechados em 2008 e 2009.
O último, fechado em Imaruí (SC), produziu dois milhões de comprimidos em
pouco mais de um ano, segundo peritos. O volume é o
triplo dos 620 mil apreendidos pela PF de 2002 a 2009.
Antes apenas destino da
droga, o Brasil usa em fóruns
o ecstasy como contraponto
às críticas de países desenvolvidos que reclamam da
produção de cocaína e maconha na América do Sul.
Enquanto os europeus e
americanos se colocam como
"vítimas" dessas drogas "naturais", os brasileiros se posicionavam da mesma forma
em relação às sintéticas.
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