São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Temendo ataque iraquiano, país instala mísseis no deserto do Neguev

Israel protege instalações nucleares

DA REDAÇÃO

Israel instalou ontem mísseis antimíssil Patriot no deserto do Neguev (sul), com o intuito de proteger as suas instalações de pesquisa e desenvolvimento nuclear de Dimona contra eventual ataque do Iraque. A informação foi divulgada pelo diário israelense "Yediot Ahronot".
Autoridades militares confirmaram a movimentação, mas disseram se tratar de exercício rotineiro. No início do mês, o país já havia colocado uma bateria de mísseis defensivos Arrow numa área central de seu território.
As medidas fazem parte dos preparativos de Israel para uma possível guerra liderada pelos EUA para depor o regime de Saddam Hussein. Seu governo teme que, assim como na Guerra do Golfo (1991), Bagdá dispare mísseis para provocar a entrada israelense no conflito. Naquela guerra, 39 mísseis Scud iraquianos atingiram Israel, que, a pedido de Washington, não revidou.
Um dos Scuds caiu perto de Dimona -o regime iraquiano admitiu ter tentado destruir um reator nuclear israelense.
Atualmente, as autoridades do governo de Ariel Sharon prometem retaliar com força qualquer ação semelhante de Saddam.

Encontro palestino
O ministro do Interior palestino, Abdel Razzak al Yahya, fracassou ontem na tentativa de convencer grupos armados palestinos a adotar um cessar-fogo e aceitar um acordo firmado no início da semana entre palestinos e israelenses. Ele se encontrou com representantes de 13 facções atuantes na Intifada (levante contra a ocupação), entre elas os extremistas Hamas e Jihad Islâmico.
"Yahya pediu a suspensão de alguns dos ataques para permitir um entendimento", disse um dos participantes da reunião. "A continuação por parte de Israel das incursões militares e assassinatos de palestinos em Gaza e na Cisjordânia enfraqueceu o encontro. O ministro não conseguiu nos convencer sobre o plano, principalmente em razão das práticas israelenses", afirmou.
De acordo com o plano, apelidado de "Gaza Primeiro", Israel transfere à Autoridade Nacional Palestina a responsabilidade pela segurança na faixa de Gaza e em Belém -cidade já desocupada, mas ainda cercada. Se a situação for mantida sob controle nessas áreas, o país estenderia a retirada a outras cidades da Cisjordânia.


Com agências internacionais

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