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VALE-TUDO
Artista polonesa cria lembranças do campo nazista e divide opinião pública
Auschwitz se torna "suvenir"
DA REUTERS, EM AMSTERDÃ
Uma artista polonesa vem causando polêmica na Holanda por
ter posto à venda "suvenires de
Auschwitz", objetos que vão de
ímãs de geladeira em forma de
crematório a chaveiros com os
dizeres "Arbeit Macht Frei" (o
trabalho liberta -a inscrição
que ficava sobre o portão de entrada de Auschwitz). O objetivo
seria lembrar os horrores do
campo de extermínio nazista.
Camisetas com o símbolo
sombrio da caveira que ficava exposta na grade eletrizada que
cercava o campo e os chaveiros
com a inscrição sinistra estão à
venda desde o final de julho numa feira de arte, na Holanda.
Agata Siwek, 30, que passou
sua infância perto de Auschwitz,
disse que os artigos postos à venda na cidade de Den Bosch têm
como objetivo fazer com que as
pessoas se recordem do Holocausto e da importância de combater a discriminação e a guerra.
"Trata-se de um modo de lembrar o mal que existe em nós.
Auschwitz é o símbolo do mal."
A exposição polariza a opinião
pública. Na Segunda Guerra, 6
milhões de judeus morreram nas
mãos das forças de Adolf Hitler.
Mais de 1 milhão de pessoas
morreram em Auschwitz.
Um sobrevivente disse que ver
pessoas usando camisetas ou
chaveiros do campo pode despertar memórias dolorosas. "É
um escândalo. Já tenho uma
lembrança real de Auschwitz, ela
está no meu braço", disse Salomon Zanten, 81, aludindo ao número que foi tatuado em seu braço quando ele estava no campo.
Siwek também criou bonés de
beisebol inspirados em Auschwitz e bonecos de pano com uma
roupa azul e branca que lembra
os uniformes do campo de concentração. O campo fica na Polônia e hoje é tombado pela Unesco, que o conserva como patrimônio histórico mundial.
A vereadora Anneke Schults,
de Den Bosch, afirma que muitas
pessoas acham os suvenires de
mau gosto. "Somos a favor da liberdade de expressão artística,
mas esses suvenires foram longe
demais", disse ela.
Tradução de Clara Allain
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