DA REDAÇÃO

Acordo anunciado anteontem entre o Irã e a AIEA, a agência nuclear da ONU, e qualificado por esta como um "avanço", foi criticado pelos EUA. Segundo o embaixador americano na AIEA, Greg Schulte, "cooperação parcial, condicional e prometida para uma data futura não é suficiente".
Schulte referia-se ao estabelecimento de um cronograma, nas negociações entre a AIEA e Teerã, para que os iranianos respondam a dúvidas da agência da ONU sobre seu programa nuclear. Entre essas dúvidas estão a posse ou não pelo Irã de projetos para a construção de uma ogiva nuclear e conexões não explicadas entre militares iranianos e o programa nuclear do país.
Para os EUA, que exigem que o país do Oriente Médio suspenda imediatamente suas atividades de enriquecimento de urânio, os iranianos estão ganhando tempo para chegar mais próximos da capacidade de construção de armas nucleares. A França, que está ao lado dos EUA, advertiu que anúncios como o de anteontem não impedirão a imposição, no âmbito da ONU, de sanções mais duras ao Irã -já vigoram contra o país sanções econômicas justamente por conta do enriquecimento de urânio, que pode desembocar tanto na geração de energia como na confecção de armas.
O Irã, signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, alega que seu programa nuclear tem fins pacíficos e que tem o TNP lhe dá o direito de desenvolvê-lo.