São Paulo, quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAQUISTÃO

Presidente teria que deixar a farda para se aliar à oposição

DA REDAÇÃO

A ex-premiê do Paquistão Benazir Bhutto detalhou pela primeira vez o plano de aliança com Musharraf, que poderá manter no país um governo alinhado aos EUA. O acordo prevê a possibilidade de eleição de ex-premiês e suspensão dos processos contra Bhutto. O general, que aspira a um novo mandato, teria ainda que deixar o exército. Musharraf não comentou as declarações.
Os ex-premiês Bhutto e Nawaz Sharif, da Liga Muçulmana, lideram seus partidos e são fortes candidatos à sucessão. Ambos participam da Aliança para a Restauração Democrática (ARD) e juraram voltar do exílio em 2007. Com a aproximação de Bhutto e Musharraf, porém, a frágil aliança entre eles se desfez. O site da liga chama o encontro entre a dirigente do Partido do Povo Paquistanês (PPP) e o general, realizado a portas fechadas em julho, de "derrota da democracia", e Sharif passou a denuncia a intenção do PPP de isolar os partidos nacionalistas na aliança da oposição.
A ruptura do PPP com os nacionalistas reforça suas relações com o regime -altamente desejáveis para os EUA, que idealizam um acordo entre o laico PPP e Musharraf. É incerto, porém, se uma eventual base governista poderia prescindir do apoio da Liga Muçulmana.
O mandato de Musharraf termina em 2007 e o do Parlamento, que elege o chefe do governo, expira em outubro. Caso não sejam estabelecidas regras sobre o próximo pleito, o país entrará em um vácuo político -cenário propício a um novo golpe.


Texto Anterior: Questão nuclear: Para EUA, Irã tenta ganhar tempo em acordo com AIEA
Próximo Texto: Estados Unidos: Texas executa 400º condenado desde volta da pena de morte
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.