São Paulo, terça-feira, 23 de agosto de 2011

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FOCO

Vice de Obama paga R$ 25 em almoço e inaugura "diplomacia do macarrão"

Pratos são servidos no restaurante Yaoji Chaogan, em Pequim

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Quando a agência Standard & Poor's rebaixou os títulos públicos americanos, a China, maior credor externo dos EUA, disse que Washington deveria "curar seu vício em dívida" e "viver dentro de suas possibilidades". A crítica parece ter sido levada a sério: o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, em visita ao país, se esforçou em demonstrar que leva uma vida frugal.
Mais do que as reiteradas promessas de que os EUA não darão calote, Biden capturou a atenção dos chineses ao comer num restaurante popular em Pequim, na quinta.
Biden gastou 100 yuan (R$ 25) para pagar o almoço para cinco pessoas -e isso porque ele deixou 21 yuan de gorjeta. O prato principal era uma tradicional sopa de macarrão de soja, acompanhada de pães recheados, salada e uma garrafa de refrigerante.
A visita coreografada ganhou o título de "diplomacia do macarrão" e rendeu milhares de comentários na internet. Muitos a usaram para criticar a alta liderança do Partido Comunista, quase sempre cercada de seguranças e distante do público.
Já o restaurante Yaoji Chaogan ganhou celebridade instantânea. No fim de semana, algumas centenas de chineses foram ao lugar para experimentar "a comida do vice-presidente" e tirar fotos.
Mas já há quem veja na visita ao restaurante uma crítica velada à suposta desvalorização artificial do yuan, tema recorrente nas relações EUA-China, acusada de manter a moeda baixa para incentivar as exportações.
Já o assunto tido como principal, a ameaça de crise econômica, não foi tratado com a ansiedade prevista, segundo Biden. Ontem, no voo entre China e Japão, ele disse a um grupo de jornalistas que nenhum líder chinês demonstrou preocupação com a estabilidade econômica americana.


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