São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Forças israelenses matam quatro palestinos

EUA dizem que cerco não ajuda a acabar com atentados suicidas

DA REDAÇÃO

Os EUA disseram que o cerco de Israel ao quartel-general de Iasser Arafat em Ramallah não ajuda a acabar com os atentados suicidas palestinos. O cerco e a destruição de prédios do complexo onde o presidente da Autoridade Nacional Palestina se encontra isolado começaram na quinta-feira, depois de dois ataques palestinos suicidas em Israel.
"As ações israelenses não ajudam a reduzir a violência terrorista ou a promover reformas na ANP", disse Jeanie Mamo, porta-voz da Casa Branca. "Pedimos a Israel que continue a examinar as consequências de suas ações em relação aos objetivos traçados pelo presidente [George W. Bush" em seu discurso de 24 de junho." No discurso, Bush pediu uma "liderança palestina nova e diferente" e disse que ajudaria a criar um Estado palestino provisório em três anos se os palestinos criassem novas instituições e um novo acordo de segurança com Israel.
Os EUA também condenaram os ataques terroristas contra Israel. "É importante que os palestinos entendam que a violência terrorista causa graves danos às aspirações por um Estado palestino."
Boa parte do QG de Arafat foi destruída. Cerca de 250 pessoas se encontram isoladas com o líder palestino no único prédio que permanece de pé. À noite, fontes israelenses disseram que as demolições foram interrompidas.
Arafat há havia dito que não se entregará e se recusou a entregar 50 militantes suspeitos que Israel diz estar dentro do complexo. Israel insistiu que Arafat não é o alvo, mas exigiu a rendição de todos que estão no escritório, dizendo que a maioria seria libertada.
O Reino Unido também pediu o fim da operação. "Entendemos a necessidade primordial de Israel de segurança. Mas é difícil ver como a ação em Ramallah resolverá o problema da violência palestina", declarou o chanceler britânico, Jack Straw.
O presidente do Egito, Hosni Mubarak, enviou mensagem ao presidente Bush pedindo o fim do cerco, disse o diário "Al Ahram". Segundo o jornal, Mubarak disse que as ações israelenses "põem em risco a estabilidade e a segurança na região como um todo". Rússia e Canadá também pediram o fim das ações israelenses no QG de Arafat.
Milhares de pessoas tomaram as ruas de cidades da faixa de Gaza e da Cisjordânia para protestar contra o cerco israelense em Ramallah. Quatro manifestantes foram mortos por forças israelenses. Um menino de 13 anos, foi morto ao violar um toque de recolher, mas fontes militares de Israel disseram que ele se queimou ao tentar acender uma bomba.
Na cidade de Gaza, milhares marcharam em frente ao Parlamento palestino. Abu Mohammed, membro do grupo extremista Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, disse que "é hora dos os palestinos ensinarem uma lição aos israelenses e de defender Arafat". Líderes palestinos convocaram uma greve geral para amanhã.


Com agências internacionais



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