São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 2002

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Israel diz que reagirá se for atacado

DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, informou o governo de George W. Bush que Israel pretende reagir caso o Iraque ataque o país, segundo o diário "The New York Times". A declaração de Sharon, diz o jornal, reflete uma mudança em relação à atitude adotada na Guerra do Golfo (1991), quando 39 mísseis Scud iraquianos atingiram Israel.
Na época, Israel respeitou pedido dos EUA e não revidou. A nova posição adotada por Sharon refletiria a opinião existente entre políticos e generais israelenses de que líderes árabes tomaram a atitude de Israel durante a Guerra do Golfo como um sinal de fraqueza.
Questionado sobre a matéria pela rede CNN, o chanceler israelense, Shimon Peres, não disse o que Israel faria se for atacado, mas deixou claro que seu país tomaria ações coordenadas com os norte-americanos. "Entendemos que não haverá duas guerras e não haverá dois comandos", disse Peres.
Nos EUA, membros do Congresso alertaram que um ataque unilateral dos EUA contra o Iraque poderia acabar envolvendo Israel e provocar uma guerra mais ampla no Oriente Médio.
O senador Joseph Biden, do Comitê de Relações Internacionais do Senado, disse que, se Israel se envolver, "haverá uma guerra árabe-israelense".
A posição de Sharon tem implicações significativas para o Pentágono, que teme que um envolvimento israelense dificultaria a manutenção da cooperação de países árabes onde Washington espera basear forças americanas.
O Pentágono também está planejando ações militares para reduzir ao máximo a possibilidade de uma ação iraquiana contra Israel. Funcionários israelenses disseram que os EUA farão uma intensa campanha aérea e terrestre para destruir lançadores de mísseis no oeste do Iraque.
De acordo com pesquisa recente feita pelo diário "Yediot Ahronot", 70% dos israelenses acreditam que a nação deveria retaliar se for atacada por mísseis Scud iraquianos.
Uma fonte ligada a Sharon disse à agência Reuters que "o ministro da Defesa e o premiê disseram que, em um ataque, "o país se reserva o direito de responder com medidas adequadas".


Com agências internacionais


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