São Paulo, quinta-feira, 23 de setembro de 2004

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BARRADO NO BAILE

Convertido ao islã nos anos 70, britânico é acusado de financiar Hamas

Cantor é impedido de entrar nos EUA por suposto vínculo terrorista

DA REDAÇÃO

O cantor britânico Cat Stevens teve sua entrada nos Estados Unidos barrada ontem e deverá ser deportado ao Reino Unido, sob acusação de que suas atividades podem estar "relacionadas ao terrorismo".
Conhecido como Yusuf Islam desde que abandonou a carreira artística e se converteu ao islamismo em 1977, o cantor apareceu em uma lista de supostos terroristas ao desembarcar no aeroporto de Bangor (Maine).
"Por que ele está nas listas [de terroristas]? Por causa de suas atividades, que podem estar potencialmente ligadas ao terrorismo", disse Brian Doyle, porta-voz do Departamento de Segurança Interna dos EUA.
"A comunidade de inteligência recebeu informações adicionais que aumentam ainda mais nossa preocupação", afirmou, sem dar detalhes. Segundo Doyle, Islam seria colocado no primeiro vôo de volta ao Reino Unido, na tarde de ontem.
Os EUA acreditam que Islam, que esteve no país em maio, mantém vínculos com potenciais terroristas e fez doações em dinheiro ao grupo terrorista Hamas, dizem fontes do governo.
O cantor já havia sido impedido de entrar em Israel em 2000, acusado pelas autoridades israelenses de apoiar o Hamas.
Islam negou as acusações e disse que suas doações eram para causas humanitárias. Entre as iniciativas que diz apoiar estão ajudas a crianças afetadas pelas guerras na Bósnia e no Iraque e a vítimas do 11 de Setembro.
Islam, 56, viajava de Londres com destino a Washington. Mas o vôo foi desviado para Bangor depois que autoridades americanas detectaram-no na lista de passageiros. Sua filha, que o acompanhava, teve permissão para ficar nos EUA.
A decisão foi criticada por grupos islâmicos americanos e britânicos. Islam é o segundo muçulmano de renome a ser barrado nos EUA. O acadêmico Tariq Ramadan foi impedido de trabalhar no país em agosto depois que o governo negou seu visto, sem explicações.
A Casa Branca disse esta semana que companhias áreas terão de entregar registros de passageiros até novembro, a serem usados num programa, chamado "Vôo Seguro", para "caçar" supostos terroristas que tentEm embarcar em vôos comerciais.
A iniciativa faz parte das recomendações da comissão do Congresso americano sobre o 11 de Setembro.


Com agências internacionais

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