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ORIENTE MÉDIO
Ataque da Al Aqsa é o primeiro a ocorrer na cidade em sete meses
Mulher-bomba se explode e mata 2 em Jerusalém
DA REDAÇÃO
Uma mulher-bomba se explodiu ontem em Jerusalém, matando dois policiais israelenses e ferindo pelo menos 16 pessoas, no
primeiro atentado na cidade em
sete meses. A ação foi reivindicada pelo grupo terrorista Brigadas
dos Mártires de Al Aqsa, ligado a
ao Fatah (facção política do presidente palestino Iasser Arafat).
O premiê de Israel, Ariel Sharon, prometeu agir com força e
não descartou uma ação contra
Arafat similar aos assassinatos
dos líderes do Hamas, xeque Ahmed Yassin e Abdel Aziz Rantisi,
ocorridos neste ano. "Quando
chegar a hora, nós agiremos da
mesma forma contra Arafat", disse o premiê, que considera o líder
palestino um terrorista. Sharon já
fez a ameaça outras vezes, mas os
EUA, principais aliados de Israel,
se opõem a um ataque contra o líder palestino.
Horas mais tarde, as Brigadas
dos Mártires de Al Aqsa ameaçaram matar Sharon se ele cumprir
a promessa de matar Arafat.
O ataque de ontem, na antevéspera do Yom Kippur (dia do perdão judaico), ocorreu em French
Hill, uma região habitada por
muitos judeus em Jerusalém
Oriental -a parte árabe da cidade que foi ocupada por Israel em
1967. A segurança israelense foi
reforçada este mês, quando acontecem festividades judaicas. As
fronteiras do país com os territórios palestinos estão fechadas.
A suicida era do campo de refugiados de Askar, perto de Nablus
(Cisjordânia), cidade que foi alvo
de ação de Israel contra militantes
da Al Aqsa na semana passada.
Não está claro como ela conseguiu entrar em Israel.
Zainab Abu Salem, 19, é a oitava
mulher-bomba a atacar Israel. Ela
tinha acabado de concluir os exames do ensino médio.
Segundo testemunhas, a terrorista se dirigia a uma parada de
carona, frequentada por muitos
judeus. Vestindo um véu, Zainab
carregava na sua bolsa entre 3kg e
5 kg de explosivos. Os policiais
suspeitaram e tentaram inspecioná-la. A terrorista discutiu e, segundos depois, quando os dois se
aproximaram, fez um movimento com a cabeça para trás e se explodiu, matando os policiais.
Segundo o governo de Israel, se
não fosse pelos dois policiais que
a abordaram, o dimensão do ataque seria muito maior.
O último atentado em Jerusalém ocorreu em 22 de fevereiro. Já
o mais recente ataque terrorista
em Israel foi em 31 de agosto.
"Em muitos casos, nós conseguimos impedir desastres. Algumas vezes, ocorre algo como o
atentado de hoje. Mas pretendemos continuar a nossa luta contra
o terrorismo com todas as forças", afirmou Sharon ao comentar o atentado de ontem.
O premiê palestino, Ahmed Korei, condenou o ataque: "Esses
atos são contrários ao nosso interesse nacional e dão a Israel a desculpa para continuar seus assassinatos, suas incursões, seus ataques contra palestinos civis e a
construção do muro e de assentamentos", afirmou.
A família da suicida deixou a casa dela em Nablus ontem, temendo que o local seja derrubado pelo
Exército israelense em retaliação
ao atentado. Israel tem como prática demolir a casa dos parentes
dos terroristas como uma advertência para que outras pessoas
pensem duas vezes antes de cometer um ataque.
Gaza
Sharon disse ontem que pretende colocar em votação o seu plano
para a retirada de Gaza entre o fim
de outubro e o começo de novembro. Em entrevista, o premiê disse
a remoção ocorrerá no próximo
verão (no hemisfério norte) e deve durar 12 semanas.
Nos EUA, o secretário de Estado
Colin Powell afirmou que Korei
deve ter assumir o controle de Gaza depois da saída de Israel "porque Arafat não é capaz".
Em reunião em Nova York, os
integrantes do Quarteto -grupo
de apoio às negociações de paz
composto pela ONU, EUA, Rússia e União Européia- disseram
compartir da proposta do presidente americano, George W.
Bush, que pede que Israel congele
a construção dos assentamentos
judaicos. Israel anunciou uma série de expansões dessas colônias
na Cisjordânia nos últimos meses.
Com agências internacionais
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