São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2011 |
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A ARGENTINA VOTA Relação com o Brasil tem problemas no 'varejo' Países tomam decisões políticas em conjunto, mas comércio expõe atritos Governos atendem a pressões de empresas por ação protecionista; proposta para a ONU também opõe vizinhos ELIANE CANTANHÊDE COLUNISTA DA FOLHA Uma boa definição do atual estágio das relações Brasil-Argentina é que elas vão muito bem no atacado, mas têm problemas no varejo. No "atacado", os dois países dividem decisões e articulações em foros internacionais e regionais, como a Unasul, e mantêm um comércio bilateral fundamental. Os governos de Lula e Cristina Kirchner, num exemplo, lideraram a condenação da Colômbia na OEA quando da invasão do Equador para matar guerrilheiros das Farc. Quanto ao comércio: foi de US$ 32,9 bilhões em 2010, já somava US$ 29,3 bilhões de janeiro a setembro deste ano e pode bater em US$ 40 bilhões até dezembro. E é basicamente de bens industriais nas duas direções. Detalhe: o Brasil é superavitário em mais de US$ 4 bilhões. No "varejo", Brasil e Argentina atendem às pressões de grupos empresariais internos para criar dificuldades mútuas de importação. Os brasileiros se queixam de licenças não automáticas e da demora excessiva na liberação. A Organização Mundial do Comércio estabelece até 60 dias para a concessão, mas a Argentina atrasa em até 200 dias as licenças para produtos da linha branca. O Brasil retalia também com as licenças não automáticas, amplia restrições sanitárias que atrasam a chegada de perecíveis e faz "corpo mole" nas inspeções prévias. Nas questões estratégicas, Brasil e Argentina não se entendem quanto à reforma do Conselho de Segurança da ONU. O Brasil defende sua ampliação e almeja uma das novas cadeiras permanentes; a Argentina não quer nem ouvir falar em ter um vizinho do porte do Brasil no CS. Texto Anterior: Cristina tenta hoje reeleição histórica Próximo Texto: Análise: Oposição aposta no Legislativo para se contrapor ao poder da Casa Rosada Índice | Comunicar Erros |
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